Medicamentos para emagrecer: como funcionam e quais os seus riscos
Vem chegando o verão… e por isso o desespero por perder os quilinhos extras do inverno começa a atingir níveis altos. Pelo curto tempo que temos até tirarmos os biquínis do armário muita gente corre na farmácia em busca de cápsulas mágicas que resolvam o problema num piscar de olhos. Mas será que esses medicamentos funcionam mesmo? Será que eles não trazem prejuízos a nossa saúde?
Nas farmácias existem várias opções com preços e promessas para todos os bolsos e gostos. A maneira como esses medicamentos agem são bem variadas e cada um tem peculiaridades diferente, por isso eu dividir os medicamentos para emagrecer mais populares em grupos para poder explicar melhor cada um deles. Mas então nessa tua relação não estão todos os medicamentos para emagrecer? Não, não estão. Isso porque a quantidade de compostos alegados como emagrecedores é gigante, vamos falar apenas dos principais tipos, o que já vai esclarecer muita coisa sobre o assunto e acaba servindo para outros medicamentos que não estão citados aqui. Vamos lá?!
1. Os controlados
São aqueles medicamentos para emagrecer que precisam da receita do médico, possuem tarja preta ou vermelha com retenção de receita. Dentro desse grupo existem 3 tipos diferentes:
As anfetamina: Eram os medicamentos mais clássicos para emagrecer: anfepramona (Dualid, Hipofagin, Inibex, Moderine), fenproporex (Desobesi; Lipomax, Inobesin) e mazindol (Dasten, Fagolipo, Absten, Diazinil, Dobesix). Eu disse eram porque no final de 2011 a ANVISA proibiu o uso desses medicamentos no Brasil. As anfetamina são estimulantes, aumentam a atividade cerebral reduzindo o sono e o apetite. Elas conseguem reduzir a fome porque atuam na parte do cérebro responsável pela ingesta de comida. Quando uma substância reduz o apetite ela é chamada de anorexígena. As anfetamina são, portanto, além de estimulantes, anorexígenas. Elas foram retiradas do mercado por vários motivos, mas principalmente pela suspeita de causarem acidente vascular cerebral (AVC).
A sibutramina: Comercializada com o nome de Reductil, possui ação mais especifica e menor ação estimulante que as anfetaminas. Agem aumentando da transmissão dos neurônios serotonérgicos, noradrenérgicos e dopaminérgicos. Ela ajuda a emagrecer por dois mecanismo: por ação anorexígena e por estimular o metabolismo.
Existem vários riscos no uso de sibutramina e por isso o médico e o paciente precisam assinar um termo de responsabilidade informando que estão cientes dos riscos de utilizar esse medicamento. Os principais problemas envolvidos no uso de sibutramina são cardíacos, já que ela também afeta o funcionamento do coração podendo causar: hipertensão, taquicardia, arritmias e até infartos e AVC.
Antidepressivos e ansiolíticos: Outros medicamentos que não possuem ação anorexígena (aquela de tirar a fome) também são utilizados para ajudar no emagrecimento. Por exemplo, medicamentos que diminuem a ansiedade (ansiolíticos) são utilizados já que muitas pessoas acabam comendo porque estão ansiosas, assim baixar a ansiedade pode ajudar no emagrecimento. O antidepressivo fluoxetina (Prozac) possui como efeito colateral a redução de fome e por isso as vezes é usado como emagrecedor.
Todos esses medicamentos, principalmente as anfetaminas, causam dependência. Isso mesmo, eles viciam. Por isso a utilização desses medicamentos deve ser feita somente com acompanhamento médico e por pouco tempo, sempre utilizando a menor dose possível.
2. Os que afetam a absorção de gordura
Quem nunca escutou falar do Xenical? O famoso medicamento para emagrecer do início dos anos 2000. Pois bem o principio ativo do Xenical, o orlistate, é produzido pelas bactérias Streptomyces toxytricini. Ele age inibindo as enzimas pancreáticas (as lipases) responsáveis por quebrar a gordura que comenos, isso dentro do nosso intestino durante a digestão. Somente após serem quebradas em moléculas pequenas é que conseguimos absorver a gordura. Quando o orlistate inibe essas enzimas, as moléculas de gordura não conseguem ser absorvidas (porque estão muito grandes) e acabam sendo eliminadas nas fezes. Agora você já deve estar pensando no efeito adverso que isso causa né? Sim , diarreia! Se a pessoa consumir alimentos ricos em gordura acaba tendo diarreia pela grande quantidade de gordura eliminada. O orlistate junto com a sibutramina são os medicamentos para emagrecer mais usados no mundo. Quanto a segurança, o orlistate é considerado o mais seguro, já o principal efeito adverso é “somente” diarreia.
A quitosana, outro medicamento popular para emagrecer, atua de maneira muito semelhante ao xenical. Ela é um polissacarídeo (uma molécula de açúcar grande) extraído da casca de crustáceos. No intestino, a quitosana se complexa com as moléculas de gordura impedindo que elas sejam absorvidas. A efetividade de quitosana em diminuir peso ainda não está bem esclarecida, vários estudos mostram pouco ou nenhum efeito da quitosana sobre o peso corporal. Nos Estados Unidos ela é vendida como suplemento alimentar e o FDA (ANVISA deles) sugere cautela no uso da quitosana, já que não existem evidencias que ela funcione e efeitos adversos são pouco investigados.
3. Os termogênicos
Esses o pessoal da academia conhece bem! Os termogênicos são substâncias que possuem a alegação de aumentarem o metabolismo produzindo quebra de tecido adiposo e aumentando a temperatura corporal. O efeito emagrecedor seria causado pelo aumento do metabolismo e pela queima de gordura. Os termogênicos mais comuns no mercado são os que contém extrato de laranja amarga (Citrus aurantium). Alguns estimulantes como cafeína e guaraná também são adicionados a preparações termogênicas.
O problema é que a maioria dos termogênicos age de maneira similar a adrenalina. Por que? Porque a regulação de temperatura, da queima de gordura e do metabolismo é feita por um sistema que utiliza a adrenalina como neurotransmissor. Sabe qual é o problema disso? Bem, os efeitos adversos dos termogênicos também são similares aos da adrenalina e incluem sintomas cardíacos como aumento de pressão, taquicardia, tremores e arritmia cardíaca. Os primeiro termogênicos disponíveis no mercado eram a base de efedrina, uma substância natural muito parecida com a adrenalina. O uso de efedrina foi proibido por causar ataques cardíacos e AVC. É por isso que devemos ficar atentos a compostos de agem de maneira similar a adrenalina e a efedrina. Agora você deve estar se perguntando: tirando os efeitos adversos, os termogênicos emagrecem? A questão segue aberta, estudos ainda não conseguiram mostrar dados conclusivos.
4. Os naturais
Esses são os favoritos das farmácias de manipulação e das revistas de regimes. Cada ano um novo composto natural é eleito como o salvador da dieta. Agora você pense comigo: se alguma dessas plantas e compostos naturais emagrecesse de verdade, se fosse algo realmente eficaz e seguro, uma grande indústria farmacêutica já não ia ter registrado isso e estaria ganhando milhões de dólares?? Outra coisa, se funcionasse de verdade porque a cada ano surge uma nova promessa sem que você nem lembre de qual foi a moda do verão passado? É amigo você no fundo já sabe as respostas.
Nesse grupo vem os clássicos: sene, alcachofra, cavalinha, fucus, etc. Claro que tem lugar para a moda de cada ano: hoodia, faseolamina, Garcinia cambogia e a próxima invenção desse verão. Alguns são vendidos na forma de chá, ou melhor numa mistura com várias plantas formando chá emagrecedores. Também estão disponíveis em cápsulas em diversas farmácias de manipulação.
Agora o que você precisa estar atento no caso de emagrecedores naturais:
– Para maioria deles não existe nenhuma comprovação cientifica de que realmente ajudem a emagrecer. Outros inclusive já se sabe que não possuem efeito sobre o peso corporal como é o caso da faseolamina (proteína do feijão branco).
– Muitos “emagrecem” por causarem diarreia, como o caso do sene. Emagrecer usando laxantes é uma dos piores opção possíveis. Usando laxantes você altera a flora e a musculatura do seu intestino. Muitos usuários crônicos de laxantes acabam dependentes a eles, já que o intestino passa a ter dificuldade de trabalhar sozinho.
– Utilizar extratos de plantas concentrados, como os usados em algumas cápsulas, é bem mais perigoso que tomar o chá da mesma planta. Isso porque a concentração dos princípios ativos contidos no chá aumenta muito dentro das cápsulas. Logo a dose que você toma é muito maior o que aumenta a possibilidade de ter efeitos adversos e intoxicação.
– Cuidado com complexos emagrecedores em cápsulas! Muitas farmácias de manipulação vendem complexos “naturais” emagrecedores. Só que as vezes dentro da cápsula tem outras coisas além das plantas, como hormônios, diuréticos, laxantes e até anfetaminas, tudo disfarçado de natural.
Mas fique calmo! Tem muita gente boa pesquisando novos medicamentos para emagrecer. Nesse ano foi aprovado nos Estados Unidos um novo medicamento, o Belviq (lorcaserin), que promete ser a nova sensação. Ele atua num tipo especifico de receptores de serotonina, que regulam a saciedade e a fome. Por não ser um estimulante o Belviq deve ter menos efeitos sobre o sistema cardiovascular e por isso ser mais seguro. Aqui no Brasil ele ainda não está aprovado e a ANVISA proibiu seu uso, importação e comercialização até que sua segurança e efetividade sejam comprovadas. É esperar para ver!
Por fim, uma sugestão, um pouco trabalhosa mas que o seu corpo ira me agradecer. Invés de correr para farmácia buscando medicamentos emagrecedores, corra para a academia e para o nutricionista. Você certamente terá sucesso no seu emagrecimento e ainda ganhará saúde como brinde.
1. Para ler mais –> http://1.usa.gov/1b6CXFD, http://1.usa.gov/1brcetu, http://glo.bo/1cz6oCU, http://1.usa.gov/1eCWUsm, http://1.usa.gov/1fLTTsN,
2. Sobre o Belviq –> http://bit.ly/1hl9vUN,
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