Por que ainda usamos animais em pesquisas?
A invasão ao centro de pesquisa Instituto Royal na semana passada reflete claramente a falta de dialogo entre cientistas e a população. Parece haver um abismo entre o mundo científico e a comunidade.
Alguém, afinal de contas, sabe o que faz um cientista? Como é feita pesquisa na área biomédica? Como é descoberto um novo medicamento? O que é um experimento científico?
Não! Ninguém fora do mundo acadêmico da ciência sabe alguma dessas respostas.
Da falta de conhecimento, dialogo e interação surgem opiniões equivocadas, discórdia e julgamentos precipitados, tanto do lado dos ativistas como do lado dos cientistas. A verdade é que em qualquer área é complicado alguém ser contra ou a favor de algo sem conhecimento sobre o tema. Por isso, por mais que esse post possa ser julgado e mal interpretado, vou tentar explicar porque em pleno século XXI ainda precisamos utilizar animais para fazer ciência e o que podemos fazer para melhorar essa realidade.
Primeiro: Como um novo medicamento chega até a farmácia?
Existem muitos caminhos para se descobrir um novo medicamento, vou usar um exemplo bem brasileiro para poder explicar. Vamos supor que se acredite que uma planta da Amazônia possa tratar tumores cerebrais. Primeiro serão isoladas várias substância presentes na planta, que possam ser responsável por esse suposto efeito. Essas substâncias começam a ser testadas em modelos in vitro. In vitro são as técnicas feitas em tubos de ensaio ou placas que não utilizam animais. Essas técnicas são empregadas para saber se essas substâncias possuem ações uteis para tratar a doença, como e onde elas agem. Mesmo usando técnicas in vitro, muitas delas precisam de pelo menos um animal para fornecer material para os testes, como sangue e tecidos que não podem ser sintetizados em laboratório. Dessa forma, ainda que técnicas in vitro não utilizem o animal propriamente dito, em muitos casos serão necessários animais para fornecer material para os testes.
Vamos supor agora que uma das substâncias isoladas da planta da Amazônia tenha efeito nos testes in vitro. Ela precisa agora ser testada em animais. Mas por que???!!!! Porque precisamos saber se essa substância quando utilizada pela via oral é absorvida e chega a corrente sanguínea. Precisamos saber também se ela chega ao cérebro para atingir o tumor cerebral, já que nem tudo que está no sangue chega no sistema nervoso central. Precisamos saber se ela não é tóxica para outros órgãos do corpo. Precisamos saber se num cérebro inteiro ela ainda mantém a ação que tinha no tubo de ensaio. Essas perguntas somente teste em animais poderão resolver. É fato, não existe nada que possa substituir, nesse momento, o uso de animais para responder essas questões. Aqui eu dei um exemplo de câncer cerebral, mas poderia ser inúmeras doenças como outros cânceres, hipertensão, diabetes, esquizofrenia, autismo, epilepsia, infarto, AVC, e todas as doenças que você conhece e que queria que existisse uma cura. Para as doenças psiquiátricas existe uma complicação ainda maior, não existem modelos in vitro para doenças como esquizofrenia, autismo, depressão, ansiedade, insônia, epilepsia, Parkinson, Alzheimer e tantas outras que afetam comportamentos complexos. Assim também memória e aprendizado não podem ser estudas em tubos de ensaio e são somente estudas em animais vivos.
Depois de ser aprovada em todos os testes com animais a substância passa a ser testada em humanos. Os ativistas contra o uso de animais tem razão quando dizem que os testes em animais não substituem os testes em humanos. Isso é verdade, mesmo substâncias aparentemente seguras e promissoras em animais podem ser tóxicas ou ineficazes em humanos. Mas então porque não se testa direto em humanos? Somente após ser testada e aprovada em testes que indiquem sua efetividade e segurança é que os futuros medicamentos serão testados em humanos.
Segundo: Por que não se testa em humanos em vez de outros animais?
Nós humanos, embora muitas vezes esqueçamos, também somos animais. A ideia de testar novos medicamentos diretamente em humanos é completamente inviável. As razões são muitas, vou citar apenas as mais importantes: 1) Os animais mais usados em pesquisa são ratos e camundongos. Um camundongo é adulto com dois meses, dessa forma se pode avaliar se um medicamento usado na infância afeta a vida adulta em apenas 2 meses. Para fazer isso em humanos teríamos que esperar no mínimo 18 anos. 2) Quem seria voluntário? Você aceitaria tomar uma substância que pode te matar ou deixar você vegetativo em minutos? Uma substância que não se tem a menor noção dos efeitos e doses? Acho que não né. 3) Todos os humanos usados nesses testes teriam que viver no mesmo ambiente, mesma temperatura, comer a mesma comida, dormir o mesmo número de horas, beber a mesma quantidade de água, pois essas condições podem afetar os resultados dos teste. Isso, mesmo que alguém aceitasse, seria inviável economicamente. 4) A quantidade de substância a ser testada seria enorme. Muitos estudos com plantas usam justamente camundongos na fase inicial pelo baixo peso destes animais. Isso porque não existe quantidade suficientes de novas substâncias até que se descubra como sintetizar (lembra da planta da Amazônia?). Não haveria compostos suficientes para testar em seres humanos de 60kg. 5) Existem sugestões que, sinceramente, me assustam como usar presos para os testes. Acho que não preciso comentar nada sobre isso, ok.
Terceiro: Mas não existem técnicas alternativas?
Como citei no exemplo da planta da Amazônia, não existem modelos para substituir completamente os animais em todos os experimentos. Não temos avanços tecnológicos para fazer tudo em computador ou em tubos de ensaio. Técnicas alternativas melhoraram muito ao longo dos anos. Hoje se utiliza bem menos animais que se utilizava no passado. No entanto até para descobrir técnicas alternativas é necessário usar animais para entender melhor os sistemas e as doenças e assim desenvolver novas técnicas. Os animais não são utilizados somente para descobrir novos medicamentos, mas também para entender doenças, descobrir como nosso organismo funciona e produzir vacinas. Estimular o desenvolvimento de novas técnicas que não utilizem animais é uma ferramenta vital e vem sendo feita em muitos laboratórios, mas o caminho em descobertas científicas é muito longo. Melhoramos muito nos últimos anos, mais ainda temos muito a melhorar.
Para o ensino os animais praticamente não são mais utilizados já que programas de computador, vídeos e outras ferramentas didáticas conseguem suprir as demandas de ensino de alunos da área da saúde.
Quarto: Os animais são mal tratados nesses testes?
O país possui o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) que determina normas para o uso de animais em instituições de pesquisa e ensino. Todos os estabelecimentos que utilizam animais em experimentação devem estar cadastrados no CONCEA. Baseados nas normas de experimentação do CONCEA, todas as instituições que utilizam animais hoje possuem, obrigatoriamente, um comitê de ética. Os comitês de éticas em experimentação humana e animal (sim os experimentos em humanos também são normatizados) de cada centro de pesquisa avaliam TODOS os projetos a serem executados. São os comitês de ética que avaliam quais experimentos são justificáveis, quais as melhores técnicas para evitar sofrimento nos animais, quantos animais serão necessários para cada experimento e todos os aspectos éticos envolvidos num projeto de pesquisa. NENHUM projeto de pesquisa hoje é executado sem aprovação do comitê de ética, até porque só se obtém animais para experimentos com a aprovação do comitê.
Uma coisa que quase ninguém sabe é que dentro dos comitês de ética é obrigatória a presença de representantes de associações de proteção aos animais. Então quem aprova um projeto envolvendo animais e as técnicas que serão utilizadas nesse projeto não são somente cientistas, mas também pessoas de entidades civis defensoras de animais.
Pelas regras do CONCEA também é obrigatório um veterinário responsável pelos procedimentos de um laboratório e pelos biotérios onde ficam os animais. Isso tudo para garantir que os animais sejam tratados de maneira correta e vivam em ambientes adequados.
O que eu quero dizer com tudo isso é que ainda que se precise utilizar animais em pesquisa eles são melhores tratados e sofrem bem menos estresse que muitos animais domésticos. Pelo menos existe fiscalização e regras para a utilização desses animais, coisa que não existe em muitos lares.
Quinto: Mas precisa usar cachorro?
Infelizmente, precisa. Os animais mais utilizados em pesquisa são os roedores: ratos e camundongos. Mas vários testes, principalmente os teste finais de toxicidade, precisam ser feitos em mais de uma espécie. Daí além dos roedores é necessário usar cachorros, coelhos ou outra espécie. Os cachorros causam uma comoção maior que os ratos, por serem tão próximos de nós humanos. Mas independente de serem ratos, camundongos, coelhos, cachorros, peixes ou macacos todos devem ser tratados com o mesmo cuidado e respeito.
Sexto: E os cosméticos?
Algumas empresas de cosméticos utilizam uma jogada de marketing e dizem que não fazem teste em animais. Isso é uma enganação! A verdade é a seguinte: ou essas empresas terceirizam os testes (outras empresas testam os produtos em animais por elas) ou elas utilizam substâncias que já foram testadas. Sabem por que eu sei disso? Porque a ANVISA (ou qualquer agencia reguladora de qualquer país) só aprova produtos cujos componentes tenham sidos testados e tenham segurança comprovada por testes de toxicidade. Então não adianta dizer que não testa em animais, porque se o produto tem registro, seus componentes foram sim testados em animais. Hoje em dia não é mais necessário testar o produto final, como era feito com shampoos antigamente, se aceita que se os componentes foram testados separadamente, juntos devem ser seguros.
Então minha amiga a verdade é que do seu shampoo antiqueda, a sua base MAC, passando pelos novos cremes BB, pelos primes pré-maquiagem e os esmaltes de longa duração, TUDO foi testado em animais. E qualquer novo princípio ativo revolucionário do mundo dos cosméticos também será testado neles. Não seja enganado por empresas de cosméticos!!!
Sétimo: Quem são os cientistas?
O post já está bem grande, mas ainda temos umas linhas para falar de quem faz a ciência. Cientistas da área biomédica são profissionais que decidiram estudar anos e anos, que trocaram altos salários para serem da classe média, que dedicam anos das suas vidas a descobrir novos medicamentos e a entender as causas de tantas doenças desconhecidas. Os cientistas reais não se parecem em nada com os que aparecem nos filmes de ficção científica. São pessoas comuns que estudam muito para ajudar a salvar vidas. Nunca conheci um cientista que gostasse de trabalhar com animais, inclusive esse é um dos maiores obstáculos a ser vencido quando se inicia na ciência. Não entendo porque os cientistas são vistos como criaturas cruéis enquanto o que eles fazem é criar a possibilidade de salvar vidas.
Você não se emociona com a possibilidade de um tetraplégico voltar a andar com células tronco? Um paraplégico poder dar o chute inicial na copa de 2014? Uma criança cega voltar a enxergar com um transplante de córneas? Mulheres vencendo a luta contra o câncer de mama? Idosos vivendo com saúde aos 90 anos? Mulheres sendo mães com 40 anos? Pessoas com o vírus da AIDS vivendo mais de 30 anos sem ter a doença? Milhares de vidas sendo salvas por transplantes todos os anos? Isso tudo graças à vida de animais de laboratório e a cientistas que também dedicaram suas vidas a salvar outras vidas.
1. Site do CONCEA com legislações e normas –> http://bit.ly/1h9Ab96
2. Sociedades de pesquisa do país –> http://bit.ly/16w2LKm ;http://bit.ly/18cOj9U ; http://bit.ly/HfwPEt
3. Vídeo sobre uso de cachorros em pesquisas biomédicas –> http://bit.ly/1cYTtLQ
Parabéns pelo ótimo texto, esta muito elaborado, onde explica com clareza a causa do uso de animais. Estou cursando biomedicina e trabalho com pesquisa, faço iniciação científica. Também não gosto muito da ideia do uso de animais nos experimentos, mas infelizmente não Brasil ainda não existe a possibilidade de não fazer os testes em animais. Fico triste em saber a quantidade de pessoas ignorantes que não entendem nada sobre o mundo científico e fica por ai falando bobagens, espero que um dia elas possam entender o porque do uso de animais e sejam pessoas coerentes e que não fiquem falando mal da profissão de nós cientistas que trabalham em prol da humanidade para descobrir a cura de uma doença e tantas outras coisas que será benéfico para toda a humanidade. E ressaltando que não se pode julgar que os pesquisadores fazem isso porque são gananciosos, grande parte faz isso porque gosta da sua profissão e tenta trazer benefícios para a humanidade. Eu trabalho com pesquisa e tenho muito orgulho disso.
Só falou bobagem heim Ana… Se você não quer testes em animais, a primeira coisa que deve fazer é parar de tomar remédios e usar cosméticos. Nunca mais. TODOS eles foram testados em animais. Dor de cabeça? Aguente. Pereba na currióla? Fique com a coceira. Não quer engravidar? Não trepe, pois os anticoncepcionais também foram testados em animais. Tua mãe ou teu filho estão doentes??? Reze, mas também não os medique. Vai pra balada, vá feia, com o cabelo seboso, fedendo e enrolado mesmo, é o jeito. Segunda coisa: Não coma carne, ovos, queijo ou qualquer outro alimento derivado de animais, pois eles também não queriam viver para isso, e tome cuidado, porque até aquele teu suquinho natureba de frutas vermelhas contém corantes derivados de animais. Terceira medida: jogue fora aquele teu espartilho de couro, sapatos, cintos, travesseiro de pena de ganso e qualquer outra coisa congênere.
E mais, se informe melhor, estude mais. Testes in vitro NÃO substituem testes in vivo, pois células individualizadas NÃO se comportam como um organismo altamente complexo (com milhares de células e enzimas diferentes). Testes in silico (modelos computacionais) ainda estão loooonge de simular a incrível complexidade de um organismo vivo.
Não seja inocente (ou hipócrita). Não fale bobagens sobre o que você não conhece. Agradeça a Deus por existirem pessoas que se dedicam para salvar a sua vida.
Ana, você está falando algumas besteiras no seu texto. Linhagens celulares (células imortalizadas) são bem difíceis de se cultivar. Por esse motivo na maioria das vezes, principalmente em humanos, elas são provenientes de células tumorais. Portanto, elas servem de base… Mas não excluem a necessidade do teste com o animal, jamais. E para uma veterinária você deveria saber que não se pode generalizar de que o homem e o animal são ‘bastante diferentes’, depende do contexto, da patologia, etc. Muitos sistemas fisiológicos, vias de sinalização celulares e por ai vai são extremamente semelhantes. No entanto a grande maioria das coisas testadas em roedores se reproduzem muitíssimo bem em humanos. Ficar reafirmando o acontecimento da Talidomina chega a ser cansativo de ver, isso foi 1 caso. Você tem ideia quantos outros milhões deram certo? E por último, não tenho dúvidas que o animal também sente dor, mas o sentimentalismo de muitos defensores da abolição dos experimentos com animais é preocupante. Você prefere que eu teste um novo medicamento para o Alzheimer no meu modelo de roedor ou na sua mãe? Acho que só falando assim mesmo…
Ola Viviane! Muito interessante seu texto mesmo, trouxe os pontos de vista dos que insistem em utilizar animais em pesquisas de forma clara, porem não convincentes! Sou estudante de Medicina Veterinária e tenho outra opinião. Primeiramente culturas de células não precisam ser feitas apenas de tecido animal, pode-se utilizar tecido humano, o que seria muito mais eficaz, já que os testes são feitos com o objetivo de analisar efeitos de remédio no homem e não no animal. Segundo, vc acha que é completamente inviável testar em humanos, sendo que um dos seus argumentos foi que provavelmente ninguém gostaria de tomar um remédio que poderia matar ou deixar vegetativo em minutos, certo? O que te faz pensar que um animal de laboratório quer isso para ele????? Alem disso a fisiologia animal e humana são muuito diferentes, todo mecanismo de patologias se manifestam diferentemente… Caso o animal e o humano fossem tão parecidos, não seria necessário haver duas faculdades de medicina, uma humana e outra veterinária ok? Uma prova de que os organismos do animal e humano funcionam diferentemente é Talidomida, que não mostrou efeitos indesejáveis em animais, mas provocou graves defeitos quando usada em seres humanos. Terceiro, existem técnicas alternativas sim! Alguns exemplos: utilização de células e tecidos cultivados em laboratório para pesquisas toxicológicas de varias substancias e analises bioquímica,teste da membrana corioalantoide, entre outros. Quarto, a comissão de ética realmente tem representantes de associações de proteção dos animais, sabe quantos? 1 (um) entre vários cientistas, portanto, é só para inglês ver mesmo. Além disso, a ética é muito relativa, o que para um é ético, para o outro não é, e dessa forma permitem fazer barbaridades em laboratórios com animais. E a fiscalização não é eficiente, quando o cientista se tranca dentro de um laboratório com o animal, ele faz o que quer. Quinto, não precisa usar cachorros, ratos, coelhos ou o animal que for, como já disse, o organismo desses animais são diferentes do nosso. Sexto, não ha a necessidade de utilizar animais em experimentos de cosméticos, como é o caso da Inglaterra. È possível analisar a toxicidade das substancias em cultura de células, como algumas empresas cosméticas fazem e NAO testam em animais.Sétimo, vc realmente não sabe pq alguns cientistas são vistos como seres cruéis? O próximo animal que vc for sacrificar, testar medicamento ou dar um remédio que como vc mesma disse pode matar ou deixar vegetativo em minutos,vc olha bem nos olhos desse animal antes de fazer, perceba que ele é um ser que sente tbm e a coisa mais importante que ele tem é a vida dele, se vc tiver coragem de continuar, sim, vcs são e muito cruéis e frios. Vcs não salvam vidas, vcs matam ela todos os dias nos seus laboratórios….vida é vida de animal tbm, não só humana. Eu não sou contra o avanço da ciência, sou contra ela avançar as custas do sofrimento de animais, pq como disse, há métodos alternativos.
Ana, parabéns pelo texto. Tirar uma vida, é tirar uma vida. Independente se é de um humano ou de um animal.
Cesar, vc faz ideia de como o antibiótico surgiu? Alexander Fleming usou a penicilina em um paciente muito doente, apesar da ineficácia da penicilina em coelhos e só assim ele soube que o antibiótico era eficiente em humanos, pois em animais ele não foi! Howard Florey, ganhador do Premio Nobel da Paz, como co descobridor e fabricante da penicilina, afirmou: “Felizmente não tínhamos testes em animais nos anos 40. Caso contrário, talvez nunca tivéssemos conseguido uma licença para o uso da penicilina e, possivelmente, outros antibióticos jamais tivessem sido desenvolvidos.” Portanto, vc devia ficar feliz se parassem de testar medicamentos em animais, pq como vc vê, os resultados em animais e humanos são diferentes. Tenho mais exemplos se vc quiser.
Nao fala besteira.
Sim, em coelhos em certa situação especifica um tipo especifico de antibiótico não foi eficaz.
Inclusive se usa Penicilina para tratar gatos, cachorros, e funciona em ratos.
Vir com um caso, que era um comentário curioso sobre o caso da pesquisa, e querer usar isso como argumento contra os testes em animais é absurdo.
Oque você está dizendo é o seguinte:
“Temos 10.000 casos onde o teste em animal funcionou, e nos deu parâmetros de toxicidade, dosagens, efeito, contra-indicação, ou efeito colateral.
Mas, temos aqui 30 casos aonde o medicamento testado em um certo animal, ou grupo de animais não teve o mesmo efeito que em humanos.
Logo, logicamente, teste em animais não é efetivo.”
Serio, isso é logica básica.
Não fazemos testes em animais por que queremos, da trabalho, é caro, tem um monte de normas, e você sempre acaba se vinculando emocionalmente com os animais da pesquisa, pelo menos um pouco. Você realmente acha que se não fosse necessário faríamos? Que é só por diversão? Fala serio…
Procedimentos experimentais atuais foram discutidos e definidos baseados em erros cometidos no passado. Catástrofes como a Talidomida foram minimizadas desde então. Protocolos alternativos são criados todos os anos, daí a serem aceitos pela comunidade científica é um caminho longo, trabalhoso e que requer muito investimento. Convenhamos que o mundo não passa por situação financeira muito boa. Entretanto se o anseio da sociedade é realmente parar com testes em animais, esta deve estar preparada para suas consequências também. Bactérias resistentes à antibióticos, só para ficar neste exemplo, surgem em uma velocidade maior do que a colocação de novos antibióticos nas prateleiras. A defesa cai por terra até q vc ou um ente querido necessite de uma nova molécula.
A ignorância é perdoável, mas a hipocrisia deve ser destruída … Esta discussão só é construtiva quando pessoas estão abertas e conscientes do que falam e/ou escrevem …
Marilene, eu estudo sistema nervoso central. Você pode se candidatar para ser voluntária. É simples, vou te anestesiar e extrair o seu cérebro. Dessa forma posso estudar direitinho doenças como Alzheimer, câncer, obesidade, ELA, etc. Hipocrisia é criticar cientistas, frequentar seu médico e tomar remédio quando fica doente. Morra de sepse com uma simples infecção porque é contra a ciência como PODE ser feita e pronto, não seja hipócrita.
A hipocrisia da viviane é gritante e ainda diz que somos ignorantes,pois defendemos os animais.Dane-se essa ci~encia que mata,faz sofrer em prol de uma pesquisa.Pega seu ente querido e testa nele já que os animais nao sabem se defender.To indignada!!!E parabéns para o discurso da Ana!!!
ta indignada?? vai virar cobaia entao!! pra mim é muito simples, testar medicamentos em animais é sim triste, mas É NECESSÁRIO. Garanto que MUITA gente que ta aqui indignado, com raiva e criticando nao seria voluntário para a realização de pesquisas! E não, pesquisas e descobertas de novos medicamentos não são de forma alguma um pecado capital.
Hipócritas são aqueles que são contra testes em animais e correm à farmácia comprar medicamentos e cosméticos para tudo, mesmo sabendo que são testados em animais. Quer remédio? Te oferece ou oferece o teu filho para os testes. E espera 18 anos para a primeira resposta, depois mais 18 para a confirmação, e assim por diante. talvez uns 200 anos depois o remédio que precisas esteja pronto para o teu consumo. Leia TODOS os motivos para os testes em animais e verás que não há como testar em humanos. Nem que te ofereças como cobaia.
Ana parabéns pela resposta…. voce será uma otima veterinaria..
Ana, eu também sou veterinária e além disto trabalho na área da pesquisa e realizo teste em animais, e sim até este momento ainda são muito necessários, pois existe muita diferença em testar em um organismo completo e testar em cultivo celular. Não estes animais não querem passar por isto, mas se faz necessário. Pois sem eles não teríamos nada de medicamento tanto para uso nosso como para os animais que tratamos. Sem testes em animais não teríamos protocolos de terapêutica, técnicas cirúrgicas nada na área medica. E sim todo cosmético como medicamento só vai para as prateleiras se testado em seres vivos, e como foi dito no texto, se não é testa o produto pronto é porque seus componentes foram testados separadamente e não oferecem perigo. Então até que a ciência avance muito não tem outra alternativa. O que tem que ser feito é estes animais que são usados serem trados com respeito e que sofram o mínimo possível.
Querida. Até uma consulta à wikipedia já refuta estas tuas mentiras sobre a história, Fleming não testou a penicilina em humanos, e Florey fez testes em ratos (“não existiam testes em humanos em 40” KKKKK como ele ia dizer uma coisa destas?), Vai estudar. Ou, se quiser, prova com alguma fonte fiável estes disparates que tu fala.
Deixa um filho teu servir de cobaia para testar uma nova vacina
Infelizmente a quantidade de pessoas que não entendem o que é a medicina veterinária se expandiu a números alarmantes!
Eu sou médico veterinário recém-formado e digo: há muito mais na medicina veterinária do que apenas cuidar de cãezinhos e gatinhos de rua porque eles são fofinhos. A prioridade na medicina veterinária é o homem! Inclusive quando você está na clínica de pets, você estará tratando daquele animal porque o dono tem alguma estima por ele. Ou porque o animal está com alguma zoonose e pode transmiti-la a outras pessoas. É aquela complicação da obrigatoriedade de submeter a eutanásia cães com leishmaniose visceral. Eu ficava assustado em minhas aulas de zoonoses como tinha gente que só faltava chorar quando sabia disso. Mas oras, só existe um medicamento que trata leishmaniose e o cão é o principal reservatório: por enquanto é a única saída… mas divago…
Ana, se você como médica veterinária ainda não constatou, mesmo que contrária a ideia, de que ainda estamos muito longe de não precisar mais de animais em pesquisa, me preocupo com a sua formação. Espero que você seja vegana, ao menos, para não se mostrar hipócrita.
E não posso terminar este texto sem deixar meus parabéns a redatora do texto. Muito claro e elucidativo. Mas é aquela coisa, quem não quer entender, não vai entender nem desenhando.
Bem, apenas clarificando um erro na historia da talidomida.
Ela foi testada apenas em camundongos, nao dando os mesmos efeitos colaterais apresentados em humanos. Mas depois de todo o problema gerado, foi testado em coelhos e primatas e nesses SIM apresentaram os mesmos efeitos durante a gestação. Esse é um dos motivos da maioria dos medicamentos precisarem passar por mamiferos inferiores e primatas em suas fases de testes…
Ana!
Como fazer testes comportamentais em culturas de células, ou testes de biodisponibilidade?
Como posso ter uma noção de qual dosagem devo testar numa pessoa sendo que não sei o potencial toxicológico da droga?
Como veterinária, que tipo de medicamento tu usa nos seus pacientes? Eles não foram testados em animas?
Como posso desenvolver um método alternativo sem ter conhecimento do funcionamento de um organismo saudável e do organismo enfermo?
Como posso testar fatores e interferes desconhecidos pela ciência que estão presentes no organismo vivo em um método sintético?
Sim, os organismos dos animais são diferente em alguns aspectos porém são semelhantes em outros, por isso se testam em mais de uma espécie
A Inglaterra não pesquisa cosméticos em animas, os fabricantes de lá terceirizam suas pesquisas pra laboratórios em outros países.
A Talidomida provou graves efeitos em humanos e não nos animais, porém sem os teste em animais, muuuuuitas outras poderiam ter chegado aos testes em humanos e apresentado esse total fracasso.
Primeiro período de veterinária, aposto. Porque na própria faculdade de veterinária (pelo menos segundo os relatos de todos que eu conheço e se formaram) se sacrificam animais para se realizar estudos.
bem ..Ana lindo suas palavras em defesa dos animas são lindas..porém deixe de ser hipócrita !!! sei que final de semana adora comer um churrasco .. um file de boi ou um frango assado. a adora lavar os cabelos com aquele shampoo sedoso. e aquele creme anti rugas sei que vc não vive fora dessa sociedade então não adianta dizer que é vegetariana .. pois da mesma forma vc utiliza de forma indiretamente de outra vida que ou foi criada em cativeiro para o abatimento ou para teste de maquiagem ou da ciência.. agora quando vc for defender um cachorrinho .. vá defender os bois, as galinhas e porcos entre outros . que são praticamente ” cultivado só para satisfazer nosso paladar . se é para defender os animais defenda todos e em todos os âmbitos não só cotra a ciência mais contra nossa alimentação …
Parabéns pelo complemento ao texto da Ana! E nos trazer mais informacoes úteis a sociedade!
Faço minhas as suas palavras, Ana! Perfeito o comentário!
Entretanto, gostaria de acrescentar que o que a autora do texto não menciona (e que muitos outros defensores dos testes tb não mencionam – convenientemente) é que muitos dos ativistas contra os testes são biólogos, médicos e cientistas que tem bastante conhecimento pra defender o ativismo. Muitos deles inclusive engajados em desenvolver métodos substitutivos. Além disso, advogados e filósofos tb estão na lista de ativistas dos direitos dos animais não humanos e alguns desses se destacam bastante no uso da razão e da lógica pra defender a causa (sugiro fortemente aos defensores dos testes que leiam os textos bastante racionais de especialistas como Sergio Greif – biólogo – e Sonia Felipe – filósofa, que estão disponíveis em: http://www.pensataanimal.net/). Aliás, nunca encontrei alguém que defendesse o uso de testes que me apontasse racionalmente por que temos o DIREITO de usar animais não humanos em testes. Por que esse sim é o cerne da questão! Estamos falando de seres que tem interesse real em manter as suas vidas. Caso contrário não sentiriam medo ou não tentariam se defender. Resultados sabemos que há. Economicamente viável sabemos que é. Mas se temos o real direito de usá-los nenhum defensor dos testes até o momento discutiu ou apontou razões lógicas.
Infelizmente, muitas vezes a ciência é dogmática e este é o caso quando se trata de uso de animais não humanos em testes laboratoriais (Não falo isso sem ter conhecimento algum: tenho mestrado e doutorado na área da biologia e já enfrentei muitos desses dogmas ao longo do caminho). Para muitos a discussão nem alcança o nível de direito, pois param na questão dos benefícios. Entretanto não podemos nos esquecer que nem todo meio pra se alcançar um fim é necessariamente um meio aceitável. As pessoas que são contrárias ao uso de animais em experimentos, de uma maneira geral, não questionam a eficácia do MEIO para obtenção do FIM. Estão, na verdade, dizendo que não aceitam o MEIO. A questão que realmente importa não é se funciona ou não funciona, mas sim se temos ou não o direito de fazê-lo.
Uma crítica comum feita aos defensores da causa animal é de que eles deveriam deixar de usufruir dos benefícios derivados da exploração animal. Essa crítica pode ser comparada logicamente a criticar um brasileiro que não tenha ascendência em povos indígenas por usufruir do território do Brasil, apesar de ser contrário ao extermínio de civilizações diferentes da sua. Na minha visão, os ativistas contra a exploração de animais não pretendem negar o que foi conquistado com o uso das práticas que condenam, mas sim propor uma nova visão de mundo onde prevaleça a ideia de que se utilizar de animais em testes não é correto, independente das vantagens que isso possa representar para nossa própria espécie. A humanidade, se tem a pretensão de melhorar, deve abolir as práticas que considere ruins. Vale lembrar que a escravidão de seres da nossa própria espécie já foi justificada por argumentos muito parecidos com os que são usados hoje para justificar a exploração animal. Era economicamente viável e altamente benéfica para muitas pessoas. No entanto, a humanidade deu um passo adiante – os visionários da época reverteram o senso comum e a escravidão passou a ser vista como inaceitável.
Não vou dizer aqui que todos que fazem e defendem os testes são pessoas ruins e cruéis. Claro que não. Conheço muita gente boa que defende os testes. Mas quem consegue fazer precisa ter passado por algum tipo de endurecimento, naturalização do processo ou abstração em algum momento de sua vida. Do contrário não conseguiria. E isso é bastante triste, pois a consequência disso é a banalização do valor da vida de seres que também sentem do e medo. Seres que tem interesse em viver. Além disso, vale ressaltar que eu, como muitos defensores da causa animal, não defendo o uso de criminosos pra testes, pois isso vai contra a ideia primordial do movimento: a defesa da vida senciente!
Pra finalizar, o mais irônico de tudo isso é que muitas das pessoas que defendem o uso de animais não humanos em testes compartilham a existência com animais não humanos, de forma até harmônica e afetuosa, e conseguem também perceber a sua senciência. Entretanto, continuam a defender o uso de animais em testes com o escudo do “fim justifica o meio” ou dos benefícios trazido a humanidade para justificar uma prática tão atroz quanto a escravidão de negros ou o jugo de judeus, só que em uma abrangência específica muito, mas muito mais ampla.
Parabéns pelo complemento ao texto da Ana! E nos trazer mais informacoes úteis a sociedade!
Thaís, embora possa parecer revoltante aos defensores da causa animal, o DIREITO que os cientistas têm de utilizar animais em pesquisas é o mesmo que autoriza que as pessoas tenham animais de estimação em casa: o de propriedade. Animais são, tecnicamente, bens e, portanto, se sujeitam à legislação respectiva. No Código Civil de 1916, sua classificação era de bens semoventes, ou seja, que se movem por si próprios, assim entendidos os animais de rebanho, domésticos ou domesticados. No atual, passaram a ser classificados como bens móveis, conforme artigo 82: “São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.” Ou seja, por mais que se vocifere contra isto, na nossa ordem jurídica, ao se falar de animais, estamos falando, basicamente, de bens, da propriedade de alguém, sejam este pets, gado de corte ou cobaias de laboratório. E o direito de propriedade, como é de conhecimento geral, autoriza que seu titular utilize seu bem da maneira que lhe aprouver, desde que não contrarie a legislação.
Sei que a visão de quem defende ferrenhamente os animais não admite que sequer se trate do assunto nestes termos, mas esta é a realidade. Nossa ordem legal estabelece o direito de propriedade sobre animais, desde que observados os demais regulamentos referentes à matéria, tais como a impossibilidade de manter-se animais silvestres em cativeiro ou como animais de estimação, por exemplo. Assim, se há uma legislação tratando do uso de animais em pesquisas científicas, estas regras estão apenas regulamentando os efeitos que decorrem diretamente daquele direito de propriedade, ou seja, estabelecendo parâmetros para a utilização destes bens. Mas não significa que os proprietários dos animais não possam utilizá-los desta forma, se observarem as restrições que a lei impõe. Da mesma maneira, por mais que eu possa discordar, criticar e achar absurdo, não tenho o direito de invadir a casa de alguém e forçar o dono de um animal de estimação a não alimentá-lo com doces e guloseimas que não fazem parte de sua dieta recomendada, porque não há nenhuma regra que me autorize a fazer isto. O direito de propriedade do dono de um pet deve ser observado, e ninguém pode dizer – exceto, claro, se houver algum tipo de ofensa ao animal prevista em lei sendo praticada – como este animal deve ser tratado. É uma escolha da nossa sociedade, estabelecida em leis e regulamentos formais vigentes, e isto vale em qualquer dos casos. Simples assim.
Por isso, a dica para quem pretende banir de vez os testes com animais e estão dispostos a arcar com as consequências disto: não é com ações extremistas e temerárias, como a invasão de laboratórios e o roubo da propriedade alheia, que obterão resultados, mas sim com o estabelecimento de diálogos com os legisladores para que se altere o ordenamento jurídico neste sentido. Não adianta vociferar, ofender e bater pé em blogs e em redes sociais. Vivemos em sociedade e, sendo assim, temos que nos curvar aos pactos que estabelecemos quando, representados pelas pessoas nas quais votamos para este fim, dizemos que um procedimento é ou não legal. Para mim, por exemplo, acho um pouco exagerado multar, suspender o direito de dirigir e processar criminalmente um cidadão que apresente QUALQUER nível de graduação alcoólica em sua corrente sanguínea, independentemente do quão baixo ele seja, conforme se está pretendendo no Brasil. A legislação de diversos países estabelece limites de tolerância, para evitar que um motorista que tomou uma taça de vinho em um jantar com a esposa, por exemplo, venha a ser tratado com um criminoso e/ou alcoolista contumaz. No entanto, mesmo sem concordar, passei a não ingerir sequer uma gota de bebida alcoólica antes de dirigir – até porque o limite que se estabeleceu, inferior a 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido, pode ser ultrapassado pela mera utilização de um antisséptico bucal, por mais estranho que isso possa parecer -, para evitar sofrer todas as consequências legais. Simplificando, tenho que me pautar pelas regras da sociedade em que vivo. Isso vale para todos, e eventuais discordâncias devem ser tratadas nos meios democráticos e, de preferência, com diálogo e educação.
Sendo assim, enquanto houver um direito de propriedade sobre os animais, ele pode e vai ser exercido por seu titular, nos limites da lei. Talvez, no futuro, venhamos a estabelecer novas regras, vedando este tipo de direito e estabelecendo que os animais serão livres e somente permanecerão em um determinado ambiente se demonstrarem – com seu comportamento e atitudes e não verbalmente, por óbvio -, concordar com isso. Mas aí, não vai adiantar chorar e correr atrás quando o pet fugir de casa…
Thais, quando se referir a pessoas que supostamente tem conhecimento na área de pesquisa científica, dê suas credenciais. Não basta ter feito uma faculdade de Biologia, ou mesmo uma pós-graduação, para mostrar credenciais nesse assunto; é preciso ser cientista. Dê seu lattes, mostre que é um pesquisador do CNPq ou pelo menos que é autor principal de uma série de publicações científicas. Não é o caso das pessoas q vc citou. Esse Sergio Greif, http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767259Y5 , não possui nenhum artigo em revista científica internacional indexada, nem sequer um artigo com uma mísera descoberta científica em revista nacional = NÃO É UM CIENTISTA. É mais uma das pessoas que querem ensinar a fazer sem nunca ter feito. Porque essas pessoas não vão para a ciência usar sua veia ideológica para revolucioná-la? A resposta é simples: eles vão, descobrem que tudo é muito diferente do que pensavam, e mudam.
Faço minhas as suas palavras, Ana! Perfeito o comentário!
Entretanto, gostaria de acrescentar que o que a autora do texto não menciona (e que muitos outros defensores dos testes tb não mencionam – convenientemente) é que muitos dos ativistas contra os testes são biólogos, médicos e cientistas que tem bastante conhecimento pra defender o ativismo. Muitos deles inclusive engajados em desenvolver métodos substitutivos. Além disso, advogados e filósofos tb estão na lista de ativistas dos direitos dos animais não humanos e alguns desses se destacam bastante no uso da razão e da lógica pra defender a causa (sugiro fortemente aos defensores dos testes que leiam os textos bastante racionais de especialistas como Sergio Greif – biólogo – e Sonia Felipe – filósofa, que estão disponíveis em: http://www.pensataanimal.net/) . Aliás, nunca encontrei alguém que defendesse o uso de testes que me apontasse racionalmente por que temos o DIREITO de usar animais não humanos em testes. Por que esse sim é o cerne da questão! Estamos falando de seres que tem interesse real em manter as suas vidas. Caso contrário não sentiriam medo ou não tentariam se defender. Resultados sabemos que há. Economicamente viável sabemos que é. Mas se temos o real direito de usá-los nenhum defensor dos testes até o momento discutiu ou apontou razões lógicas.
Infelizmente, muitas vezes a ciência é dogmática e este é o caso quando se trata de uso de animais não humanos em testes laboratoriais (Não falo isso sem ter conhecimento algum: tenho mestrado e doutorado na área da biologia e já enfrentei muitos desses dogmas ao longo do caminho). Para muitos a discussão nem alcança o nível de direito, pois param na questão dos benefícios. Entretanto não podemos nos esquecer que nem todo meio pra se alcançar um fim é necessariamente um meio aceitável. As pessoas que são contrárias ao uso de animais em experimentos, de uma maneira geral, não questionam a eficácia do MEIO para obtenção do FIM. Estão, na verdade, dizendo que não aceitam o MEIO. A questão que realmente importa não é se funciona ou não funciona, mas sim se temos ou não o direito de fazê-lo.
Uma crítica comum feita aos defensores da causa animal é de que eles deveriam deixar de usufruir dos benefícios derivados da exploração animal. Essa crítica pode ser comparada logicamente a criticar um brasileiro que não tenha ascendência em povos indígenas por usufruir do território do Brasil, apesar de ser contrário ao extermínio de civilizações diferentes da sua. Na minha visão, os ativistas contra a exploração de animais não pretendem negar o que foi conquistado com o uso das práticas que condenam, mas sim propor uma nova visão de mundo onde prevaleça a ideia de que se utilizar de animais em testes não é correto, independente das vantagens que isso possa representar para nossa própria espécie. A humanidade, se tem a pretensão de melhorar, deve abolir as práticas que considere ruins. Vale lembrar que a escravidão de seres da nossa própria espécie já foi justificada por argumentos muito parecidos com os que são usados hoje para justificar a exploração animal. Era economicamente viável e altamente benéfica para muitas pessoas. No entanto, a humanidade deu um passo adiante – os visionários da época reverteram o senso comum e a escravidão passou a ser vista como inaceitável.
Não vou dizer aqui que todos que fazem e defendem os testes são pessoas ruins e cruéis. Claro que não. Conheço muita gente boa que defende os testes. Mas quem consegue fazer precisa ter passado por algum tipo de endurecimento, naturalização do processo ou abstração em algum momento de sua vida. Do contrário não conseguiria. E isso é bastante triste, pois a consequência disso é a banalização do valor da vida de seres que também sentem dor e medo. Seres que tem interesse em viver. A autora defende que muitas das pessoas q fazem os teste em animais não humanos não gostam de fazer. Isso só corrobora que consciente ou inconscientemente sabem que é moralmente errado. Mas mesmo assim continuam a fazer com a justificativa dos benefícios trazidos a humanidade. Isso é o mesmo que aceitar que existam crianças em situação de semi-escravidão na Índia, mas não se opor por causa dos benefícios econômicos trazidos ao mundo capitalista.
Além disso, vale ressaltar que eu, como muitos defensores da causa animal, não defendo o uso de criminosos pra testes, pois isso vai contra a ideia primordial do movimento: a defesa da vida senciente!
Pra finalizar, o mais irônico de tudo isso é que muitas das pessoas que defendem o uso de animais não humanos em testes compartilham a existência com animais não humanos, de forma até harmônica e afetuosa, e conseguem também perceber a sua senciência. Entretanto, continuam a defender o uso de animais em testes com o escudo do “fim justifica o meio” ou dos benefícios trazidos a humanidade para justificar uma prática tão atroz quanto a escravidão de negros ou o jugo de judeus, só que em uma abrangência específica muito, mas muito mais ampla.
Leandro, eu estava questionando o direito MORAL de utilizarmos os animais em testes e não o direito LEGAL. É óbvio e claro que o direito legal foi criado pelos homens e portanto será conveniente aos homens. Entretanto, os animais têm direitos intrínsecos, não precisam do conceito do humano para atribuir-lhe direitos, papéis, nem nada que seja da nossa conveniência. O humano é juiz em causa própria: somos nós que temos direitos porque somos nós a decidir.
Thaís, quem nos deu o direito MORAL de usar os animais para nosso próprio prazer e satisfação foi a própria natureza com suas regras simples mas eficientes. Se você vive é porque você está matando alguma coisa. Nós, animais, não somos seres autótrofos como as plantas (que só precisam de minerais, água, luz e gás carbônico), nós não conseguimos sobreviver apenas de produtos minerais, precisamos de matéria orgânica. Os mesmos animais que você tão apaixonadamente defende “seguem” essas regras naturais. Cachorros são carnívoros, e comem outros animais para sobreviverem (tadinhas das prezas deles, não queriam ser comidas). Portanto se você assume que comemos animais, por que não criá-los para testar produtos que podem salvar nossas vidas? Aliás, os ratos também fazem isso, sabia? Eles coletam alimentos desconhecidos e os dão a ratos velhos, se estes não morrerem ou tiverem alguma ziquizira, eles comem.
A natureza é assim, e você faz parte dela, sendo mais ou menos racional.
Paulo, vocês não está se referindo a direito moral quando defende a sua opinião. Moral diz respeito a regras de convívio e está diretamente relacionada a ética.
Além disso, se você utiliza o argumento do que é natural pra defender o uso de animais não humanos em testes também podemos dizer que o infanticídio é algo natural e que portanto, não deve ser combatido, afinal é uma expressão natural da natureza os leões praticarem o infanticídio (só pra constar, antes de usarem isso contra mim, sou contra o assassinato de crianças). Também podemos estender mais um pouco e dizer que, segundo a sua linha de raciocínio (Se você vive é porque você está matando alguma coisa), matar humanos em geral também não seria errado. Entretanto, o que faz com que seja errado matar seres humanos, adultos ou não? A moral e a ética, independente de ser natural ou não. Assim, de forma coerente (pois a razão depende de coerência) o princípio do que é ou não natural não se aplica ao que é moral.
Lamento discordar novamente, Thaís, mas todos os conceitos que estás debatendo – direitos, moral, ética – têm a ver, exclusviamente, com a vida humana em sociedade. Fora disso, nenhum deles se aplica. E, sabendo que a discussão vai se agravar um pouco, devo te dizer que animais NÃO tem direitos, porque, para isso, primeiro é necessário ter personalidade jurídica, da qual decorrem direitos e obrigações na ordem legal. E somente possuem personalidade jurídica os seres humanos e aquelas entidades a que se convencionou chamar de pessoas jurídicas, tais como empresas, fundações, órgãos estatais, organizações não-governamentais, etc. Os animais não humanos, como gosta de classificá-los, não são detentores de nenhum direito, sejam intrínsecos ou extrínsecos. O que se convencionou chamar de “direitos dos animais”, do ponto de vista técnico, são obrigações do ser humano em relação a eles, mas em benefício do próprio homem, que inegavelmente vai se beneficiar da preservação do meio ambiente e do equilíbrio entre as espécies. Mas não é que um animal tenha direito à vida, o ser humano é que convencionou que não deve matá-los de forma cruel ou gratuita – porém, dentro do que prevêem os regulamentos sanitários, por exemplo, e para fins de alimentação, não há qualquer vedação. O ser humano, ao contrário tem assegurado, em todas as constituições que conheço, o direito à vida, embora nem todos regimes cumpram à risca o que está escrito. Na natureza, ou no mundo natural, ou fora do império da lei humana – não importa a nomenclatura -, ninguém em sã consciência vai traçar nenhum juízo moral sobre um predador que, instintivamente, ataca, mata e come uma presa que está abaixo dele na cadeia alimentar. O mundo natural é assim mesmo, e não há nenhuma regra que assegure a vida dos antílopes se os leões estiverem com fome. Mas há, aos montes, regras que impedem um ser humano de matar outro, seja pelo motivo que for. Se quisermos nos afastar destes conceitos, as coisas começam a ficar feias…
Peço desculpas por estar sendo enfadonho, mas é que para mim é muito claro que as regras de convivência, sejam morais, éticas ou estritamente legais, decorrem e visam a atender ao ser humano. Como seria diferente? Apenas nós temos o nível de abstração necessário para criar coisas como, por exemplo, o direito de propriedade. Num mundo sem nossas regras, os seres mais fortes simplesmente invadiriam o espaço dos mais fracos e os expulsariam, acabando com a noção de “meu” ou “teu”… A discussão se torna realmente árida quando se tenta designar atribuitos que são apenas humanos a outros animais. E, como eu disse anteriormente, é tudo uma questão de escolhas. Se alguém acredita que deve haver a proibição total e irrestrita de se sacrificar vidas animais, para sempre, deve lutar democraticamente, argumentando racionalmente e construíndo um novo pacto social que exclua estas possibilidades. Mas isso não depende de um “direito intrínseco” destes animais, porque estes não são assegurados na ordem legal – humana, por óbvio, na medida em que não há outra. Mas esta proibição, se aprovada, vai tratar-se de uma decisão humana! Como carnívoro assumido, sentirei muita falta do meu churrasco de domingo, mas, novamente, terei de me curvara ao desejo da maioria, porque ainda assim pretenderei usufruir das vantagens de viver em sociedade. Não serei hipócrita ao ponto de criticar a atuação humana, mesmo contrariando meus interesse, quando, todos os minutos da minha vida, sou agraciado por ela. A roupa que visto, a forma como adquiro meu alimento e, inclusive, a forma como estamos debatendo nossas idéias, são um produto único e admirável do progresso humano! Podemos questionar a forma como alcançamos este progresso, podemos querer melhorar como indivíduos e como sociedade, mas não podemos simplesmente querer mudar tudo, já, agora, imediatamente, apenas porque achamos possível, muitas vezes sem base nos fatos, porque queremos ou porque é mais “ético” ou condizente com a “moral”. Da minha parte, prefiro ir com calma, refletir, ler o máximo possível – de fontes sérias e confiáveis, não qualquer manifesto panfletário/publicitário – e depois firmar opinião.
Retomando o assunto, longe de mim utilizar argumento de autoridade, na verdade, estou refutando o uso de uma autoridade (falsa!) pela Thais, mas é preciso ter conhecimento para opinar sobre assunto técnico como a necessidade do uso de animais em pesquisa. Alguém que não seja um cientista pode opinar sobre ética, mas jamais sobre necessidade do uso de animais em pesquisa; é preciso conhecimento aprofundado p isso. Essa informação cabe a cientistas prover.
Claudia, vc só confirmou o q disse em minha primeira mensagem: a ciência muitas vezes é dogmática.
Parabéns pelo texto Ana! Concordo e assino em embaixo tudo que você disse.
Abs
Ana, parabéns!!!!Concordo em genero número e grau com você.Deus lhe abençoe.
Ana, permita-me comentar a sua resposta. Sou Médico Veterinário e já tenho contato com o meio científico. Primeiramente queria alertar que esse texto muito bem escrito não é uma opinião, mas uma argumentação fundamentada. Veja bem: culturas celulares humanas já são amplamente utilizadas. É possível, por exemplo, reproduzir um segmento com todas as camadas da pele humana. Porém trata-se da reprodução artificial de um órgão somente. Isso limita muito o seu uso, pois não há uma interação sistêmica nesse modelo (interação do sistema imunológico, por exemplo). Seria muito simplismo achar que a ciência já é capaz de reproduzir um organismo completo in vitro. Aliás, é possível, se chama clonagem. Mas espera, isso cria outro ser vivo…não resolve nada né? Quanto à fisiologia, existem, sim, muitas diferenças entre humanos e outros animais, assim como também há MUITA semelhança. Isso já está mais do que provado, não precisamos discutir, basta você consultar as fontes corretas. Há uma tendência que os grupos de pesquisa sejam interdisciplinares. Em muitos dos que desenvolvem pesquisas na área médica humana tem veterinários. Digo isso pra ressaltar que a ciência está sim considerando as peculiaridades fisiológicas de cada espécie envolvida nos estudos. O caso da Talidomida não dá um subsídio para a sua argumentação, mas para o lado oposto. A Talidomida não causou efeitos adversos em animais, correto. Mas em animais de uma espécie, somente (porque só foi testada em ratos). Prova que precisaria ser testada em outras espécies, como o fizeram posteriormente, demonstrando resultados positivos. Por isso ainda não se conseguiu abolir os testes em cães e coelhos. Quanto aos argumentos de cunho ético e emocional, prefiro não me estender: também gostaria que não fosse preciso utilizar animais. Infelizmente vigora a lei do mais forte, é uma questão de sobrevivência. Nenhum ser vivo “escolheria”, por exemplo” ser devorado como presa. Mas a natureza assim o permite (e determina). A cada minuto que passa, vidas são perdidas para que outras sejam salvas na natureza… Sobre os cientistas…por favor, dentro de algum tempo você será uma profissional com capacidade pra trabalhar em prol da ciência, inclusive defendendo todas as suas convicções e ideologias. Uma pessoa não “faz o que quer” dentro de um laboratório. O grande prazer do cientista é publicar os resultados de seu trabalho para que isso cause impacto na sociedade, e isso só será possível se ele seguir todos os trâmites legais, regidos por convenções internacionais. Que idiota estragaria o próprio trabalho? A raça humana é muito recente no mundo. Há muito a evoluir. A principal virtude que nos permitirá essa evolução é a capacidade de compreender e modificar o meio através do consenso. Vamos estudar muito para que essa mudança ocorra em harmonia. Boa sorte!
Parabéns pelos argumentos concisos e verídicos, Ana! Em oposição a esse texto que tem pinceladas de verdade, mas é absolutamente enviesado. Concordo em gênero, número e grau contigo. Tenho alguns amigos cientistas na área das biológicas, e eles sempre falaram dos métodos alternativos ao teste em animais. E concordo mais ainda contigo quando afirma que são, sim, frias e crueis as pessoas que conseguem matar (tantos!) animais fazendo experimentos depois de olhar nos olhos desses seres vivos e INDEFESOS – pois se forcasse um humano a ficar trancafiado em uma jaula e a ser 1 em 100000 a morrer para fazer testes, ele ou ela poderia ao menos lutar para se defender de forma satisfatória.
Realmente se vê que vc é uma estudante de veterinária ainda, Ana. Qd vc tiver uns 20 anos de trabalho em pesquisa e tiver lido a quantidade de artigos científicos sobre o assunto, que eu e meus colegas lemos, vc chegará a conclusão de que os organismos de outros animais são diferentes demais dos nosso, para os testes serem válidos é absolutamente errado. Uma pena que eu não seja seu professor, pois teria a oportunidade de argumentar contigo pessoalmente no dia a dia, o que é sempre mais efetivo. Um dia vc chega lá. Ou não, pq qd a pessoa não quer se convencer ela não se convence, sejam mostradas provas que forem ela se recusa a aceitar.
Estimada Ana, A talidomida não mostrou efetos negativos em humanos nem em animais porque não os tinha. O problema presentouse quando, após de ser aprovada para uso em humanos e animais foi sintetizada em grandes quantidades. O mecanismo de sintese era diferente para pequenas dosis usadas no laboratorio, mas ao usar um mecanismo diferente de sintese resulta que se produciam dous isomeros diferentes de talidomida, um deles era o testado no laboratorio, o outro foi o que causou tudos os efeitos negativos.
Desculpen a grafia, não sou portugues.
Juan, há tempos li uma reportagem sobre a talidomida, e dizia que mesmo que se conseguisse produzir o enantiômero puro (sem o que apresenta efeito negativo), no sangue ocorre uma reação que produz o outro enantiômero de qualquer forma.
Importante texto de divulgação, mas há um ponto que me parece equivocado. Quando é justificado o uso de cachorros no lugar dos ratos acredito que há um erro. Quanto ao parentesco, segundo tenho encontrado na literatura, os humanos estão mais próximos dos ratos do que dos cachorros. Como a “proximidade” foi a única justificativa usada para justificar o uso de cachorros, esta questão ficou em aberto. Acredito que as justificativas para o uso do cachorro incluam a semelhança quanto a alguns aspectos nos quais nos diferenciamos dos ratos, o tamanho corporal maior, o fato de já serem bem estudados e a facilidade de aquisição e manutenção.
Hermes, não entendi qual é o erro. O texto não cometeu o equívoco de informar que se usam cães NO LUGAR de ratos, mas em ambos. Quando se falou em “proximidade”, referiu-se à afeição do homem pelo cão, e não “parentesco”.
Juan, nós também não somos portugueses, somos brasileiros. Vc quis dizer que não fala português, certo? rs abç e curti seu comentário…
Gustavo, há uma questão não abordada neste texto que seria um entrave mais difícil de sanar na questão da utilização de humanos para as pesquisas: a variabilidade.
Os animais utilizados em laboratórios são criados especificamente para este fim. Tiveram um processo de seleção de características intenso, sendo conhecido cada defeito e qualidade que ela contém para a pesquisa que será feita. Isso não ocorre em humanos.
Vou dar 3 exemplos:
1- Se formos considerar os camundongos usados, cada linhagem exibe um padrão genético que foi cuidadosamente estudado. Algumas são mais suscetível a determinadas doenças, outras mais resistentes; umas não possuem resposta imunológica, enquanto outras tem resposta exacerbada; algumas não têm um gene específico que atua em uma característica estudada, enquanto as outras o possuem. E cada uma dessas linhagens tem sua utilização direcionada de acordo com o que a pesquisa busca.
2- Os beagles. A raça beagle é uma raça antiga, se não me engano foi criada por volta de 1800 – sim, criada, as raças de cães nada mais são do que cruzamentos direcionados para obtenção de um animal com a característica desejada. Esse perfil, aliado ao mapeamento genético já realizado, faz com que a comunidade científica tenha variáveis mais controladas para os experimentos. Além disso, seu tamanho permite estudos mais próximos dos humanos do que camundongos nos ensaios pré-clínicos de medicamentos (é diferente você testar um produto em um animal de 200 gramas ou em um de 15 quilos). Outro ponto é o fato de esses animais serem criados desde o nascimento para este fim, fazendo com que todos os animais utilizados estejam nas mesmas condições desde o início do experimento, com controle de todos os fatores externos que possam gerar diferenças nos resultados de cada animal.
3- Testes em humanos: A variabilidade genética humana é muito grande, mas o principal problema não é esse. Os hábitos de cada um interfeririam demais em uma pesquisa desse tipo. Fumo, diabetes, tempo de exposição ao sol, alimentação, pré-disposição a determinadas doenças, hábitos sexuais, enfim, diversos fatores causariam falhas na confiabilidade do resultado. Eles podem ser controlados, sim, mas desde que os seres humanos da pesquisa fossem criados desde o nascimento para este fim, algo que garanto ser impossível em qualquer país. Voluntários e presidiários seriam alternativa? Talvez. Mas seria impossível confinar esses candidatos humanos durante todo o período do experimento, o que, novamente, faria com que o resultado não fosse confiável.
Com relação aos outros pontos que você aborda:
1- Os animais não estão ali porque querem, e isso já é maus-tratos: Precisa-se definir muito bem o que será considerado como maus-tratos daqui pra frente. Garanto pra você que os animais também não querem ficar presos dentro da casa de ninguém para servir de animal de estimação. Ou você nunca reparou que ele sempre dá aquela escapada quando alguém esquece a porta ou portão aberto? Manter um animal de estimação, nesse caso, também pode ser considerado maus-tratos? Porque já vi muito animal de estimação passando fome, algo que não acontece nos institutos de pesquisa sérios.
2- Pacientes que já passaram por todo tratamento possível e resolvem tentar a sorte em pesquisas em andamento: Como você diz, são pacientes terminais voluntários. Aqui no Brasil, até onde sei, é proibido realizar qualquer teste com humanos na fase pré-clínica de um medicamento. Ou seja, mesmo que o pesquisador quisesse, não poderia. Ele teria que comprovar que seu medicamento tem baixa toxicidade antes disso. Os testes em cultura celular poderiam indicar esse problema, mas não chegam perto da segurança de testar em um organismo vivo e com todas suas interações fisiológicas. Ainda assim, ele teria que passar por um processo de avaliação para que fosse garantido que ele está ciente do risco e que nenhum dos envolvidos na pesquisa será responsável pelo que acontecer a ele.
3- Economicamente viável: Economicamente até pode ser viável, mas empresa nenhuma no mundo vai dar a cara a tapa para bancar uma pesquisa que confine um alto número de pessoas para a realização de um experimento que pode causar a morte dos indivíduos. E mesmo que resolva pagar. Provavelmente perderia todos os seus clientes e iria a falência logo depois, pois seus clientes provavelmente não gostariam de ter sua imagem vinculada a essas pesquisas (basta ver os boicotes às empresas que foram denunciadas por ter trabalhadores em condições análogas à escravidão). O valor econômico não será problema, mas o sociopolítico sim, e isso pode acabar com a empresa.
4- O isolamento não é tão simples como parece. E sim, sempre que ocorre, passa-se a utilizar o composto sintético no lugar do original, pois para se isolar o original se utiliza uma quantidade absurda de matéria-prima. O problema é que esse composto sintético também terá que ser testado para garantir que terá o mesmo efeito que o original.
5- Os testes são muitas vezes cruéis: Não exatamente. Hoje, para se realizar um experimento com animais, toda proposta é submetida e analisada por um comitê de ética em pesquisa animal. Se tiver qualquer método considerado cruel ou abusivo, o projeto é vetado na mesma hora. Se o comitê achar que o número de animais é alto, autorizará o que julga necessário – já vi caso em que o projeto pedia 100 animais (camundongos) e teve 20 autorizados. Por fim, o animal que sofre maus-tratos em um experimento certamente apresentará resultados discrepantes. Portanto, mesmo que por mera questão de qualidade dos dados, os animais sempre devem ser bem tratados durante o experimento.
Por que não se testa em humanos em vez de outros animais?
Para mim é totalmente viável!!! Resposta para cada item dos “entraves” do texto:
1) O metabolismo de nenhum animal é igual ao de outro, até mesmo na mesma especie. Pois bem, se o remédio será usado em humanos, o melhor teste é em humanos. Se fosse um remédio para outra espécie duvido que algum humano se habilitaria a ser cobaia. Os animais não estão ali porque querem, e isso já é mal trato. 2) Existem algumas pesquisas diretamente com humanos, sim COBAIAS HUMANAS, geralmente são pacientes que já passaram por todos os tratamentos possíveis e nada resolveu, é a ultima esperança, então porque não tentar? 3) São investidos números inimagináveis em pesquisas medicinais, não me venha dizer que algo nessa área é economicamente inviável. 4) Uma vez isolada e identificada a substância responsável pelo efeito pode-se produzi-la em laboratório, assim como será feita na fabricação dos remédios, ou irão acabar com a Amazônia por causa disso? Não. Senão isso já teria acontecido, espero que nunca aconteça!
O Ser Humano, que por sinal é o mais desumano, tem que abrir mais a mente, perceber que não é nada diante da grandeza do universo, parar de pensar que tudo gira em torno dele e que é a espécie mais importante vivente na Terra. Os testes são sim muitas vezes crueis, de fato é uma barreira para os jovens cientistas se acostumar com estes testes, mas eles se acostumam, e uma hora acham normal (e é normal) praticar crueldades com o pobres animais enjaulados. Temos que pensar maior, aqueles cachorros que foram mortos ou usados em testes poderiam estar fazendo muito bem a uma família… como forma de terapia, isso existe, várias doenças são curadas e controladas com ajuda de animais, mas eles são livres, eles são eles mesmos, felizes e isso contagia e melhora o quadro do paciente. Só quero dizer que os animais podem sim ser muito importantes para solucionar problemas de saúde humanos, mas a partir do momento que eles são privados de serem eles mesmos e passam a vida enjaulados e covardemente manipulados, e passam a ser maltratados nos centros de pesquisas, isso passa a ser indigno e imoral. Temos que repensar nossos princípios, nenhuma vida vale mais que outra!
otimo comentario gustavo…
Que comentário mais sem sentindo. Vacinamos os animais para realmente não ficarem doentes, assim como vacinamos nossos filhos. Fazemos banhos e tosas nos animais principalmente por higiene, assim como creio que você deve cortar os seus. Cadastramos os animais justamente para tentar diminuir a quantidade deles hoje abandonados nas ruas.
Tenho lido ultimamente que os CÃES não são voluntários para testes. Deixo aqui algumas questões para reflexão:
1- Vc perguntou para o seu pet se ele gostaria de ser castrado?
2- Vc perguntou para o seu PET se ele gostaria de ter sua cauda e orelhas cortadas?
3- Vc perguntou para o seu PET se ele gosta de ser tosado?
4- Vc perguntou para o seu PET se ele quer ser vacinado?
Não….simplesmente pq impomos nossa vontade a todos os animais, seja por amor, seja pq são deliciosos ou seja para o desenvolvimento científico….Com relação às questões, alguns irão dizer que “isso é em benefício deles”….Será mesmo? Ou será em seu benefício? Quem quer ter dúzias de gatos em sua casa? Vamos castrar…Quem quer ter um animal de raça “fora do padrão”? Vamos cortar cauda e orelhas….Quem quer um monte de pelos no seu sofá caro? Vamos tosar…Quem quer ter gastos com animais doentes? Vamos vacinar….Pra quem discorda, favor pedir permissão ao seu PET na próxima vez…Ô hipocrisia insuportável….
César existe uma diferença muito grande entre o seu exemplo e a discussão em pauta. Tenho uma gata castrada sim, pois nao quero vê-la pela rua correndo o risco de ser envenenada pelo meu vizinho como meus outros 2 gatos foram envenenados. Também nao tenho condições de criar dezenas de gatos apesar de gostar muito. Tinha uma poodle onde ela era tosada sim, nao pq deixava pelo no sofá, mas sim pela sua própria higiene. Vacino meus pets sim, assim como vacinarei meus filhos qdo tiver. Isso tudo é sinal de amor, de cuidado, por favor, nao compare com crueldade e tortura…
César existe uma diferença muito grande entre o seu exemplo e a discussão em pauta. Tenho uma gata castrada sim, pois nao quero vê-la pela rua correndo o risco de ser envenenada pelo meu vizinho como meus outros 2 gatos foram envenenados. Também nao tenho condições de criar dezenas de gatos apesar de gostar muito. Tinha uma poodle onde ela era tosada sim, nao pq deixava pelo no sofá, mas sim pela sua própria higiene. Vacino meus pets sim, assim como vacinarei meus filhos qdo tiver. Isso tudo é sinal de amor, de cuidado, por favor, nao compare com crueldade e tortura…
Janini, quem disse que a SUA gata gosta de ficar o dia todo dentro de casa? Se ela sai, é porque é da natureza dela sair, caçar ratos, dar uma paquerada nos gatos, lamber a sujeira com a língua. Se ela, depois de castrada, não sai mais, é porque perdeu a razão de viver, você acabou com a natureza dela, você tem um animal triste e deprimido dentro de casa.
Outra coisa, não se iluda, se você vacinou seus filhos, infelizmente você sacrificou animais (pois todas as vacinas, remédios, cosméticos, xampus, e etc, foram testados em animais).
Não seja hipócrita, você também usa animais para satisfazer às suas vontades (ou você é vegetariana?)
Excelente..
Como disse um amigo virtual esta matéria não passa de falácia, como dizer que não se vive sem comer carne.
Vc não deve ter lido o texto. E PROVE que nenhum metabolismo animal é semelhante o suficiente para testar substâncias que possam ser usadas em outra espécie. Se vc PROVAR eu te dou razão. Mas é provar e não vir com falácias tipo as do Dr. Greek, ou listas falaciosas de “50 males causados pela experimentação animal” por exemplo. Quero dados numéricos, experimentais provando isso. Grato.
Quem seria voluntários??pergunte aos animais se eles pudessem falar,se eles queriam servi de cobaia???texto mais idiota.
Viviane, adorei o blog, adorei a maneira que se porta quanto aos comentários maldosos e mal educados. Gostaria de agradecer, pois aprendi muito com esse seu post e que continue lutando pela sua profissão e pelas pesquisas.
Simplismente perfeito seu texto explanou muito bem todos os topicos e nao deixou duvidas sobre o assunto.O que me deixa triste e ver alguns comentarios de pessoas que nao abrem suas mentes e mesmo assim nao querem enxergar a inviabilidade de nao existir testes em animais ,mesmo apos voce ter explicado de forma tao clara e suscinta o assunto.Nao e problema ter uma opniao contraria sobre o assunto o problema e nao querer estudar sobre o assunto para entao formar uma opniao.mais uma vez muito obrigado pelo texto.
Parabéns excelente texto!
Apenas algumas colocações :
Sim, o ser humano é superior, nos somos seres racionais.
Instinto de sobrevivência ainda é o maior instinto de todos os seres. Inclusive dos humanos.
Portanto utilizar das habilidades da espécie para sobreviver não é crueldade nem egocentrismo, é o mais natural dos instintos.
Quero ver cara quem vai impedir, quando a mãe tiver com uma doença gravíssima e precisar de um remédio que foi testado em animais.
Sim e se pudéssemos invadiríamos todos os açougues (laboratórios para vcs). Mas ainda vai acontecer isso.
“Os cachorros causam uma comoção maior que os ratos, por serem tão próximos de nós humanos.”
É disso que eu falei uma vez. Por que não invadem todos os laboratórios e salvam também os ratos e camundongos? Estes não estavam lá por causa de ANIMAIS (como um todo), e sim por causa que eram CÃES,e como foi dito, causam comoção muito maior. Se forem MESMO a favor de não usarem animais em pesquisas, invadam também os lugares que utilizam ratos… Levar rato pra casa e adotar ninguém quer né?
Falam falam em proteger os animais e são mal educados, ignorantes, grossos, e maltratam as pessoas… eu realmente não entendo… Ainda querem se justificar dizendo que são indefesos… não justifica o destrato com o ser humano… trabalho no hospital e dou graças a deus que as pesquisas estão avançando e salvando cada vez mais vidas… e os ignorantes não sabem que existe um controle ético sobre as pesquisas com animais? Como se sempre fosse ferir os animais… essa gente toda é vegetariana, né? Pq se não for, são muito contraditórios…
Seria tudo muito lindo se os comitês de éticas realmente funcionassem e fiscalizassem! Eu trabalho com experimentação animal e posso dizer que os comitês pouco fazem, vai da índole do pesquisador. Posso garantir que existem pesquisadores preocupados bom o bem estar animal, mas existem aqueles que os tratam como meros objetos. É lindo dizer que toda a experimentação animal tem regras, mas feio é saber que ninguém fiscaliza!!!
Isso não invalida a validade dos testes animais e sim a sua fiscalização. Trabalhemos em prol de que essa fiscalização seja de fato efetivada e não pelo fim da experimentação animal.
Ótimo texto! Só é triste essa hipocrisia toda nos comentários… na hora do aperto, aposto que esses corajosos revolucionários vão querer o medicamento mais bem testado do mundo na hora de tomar ou dar pros seus filhos.
Hipocrisia ninguém deveria tomar remédio , fazer nada excelente artigo , e a veterinária que postou acima para medicamentos e cosméticos para animais que crescem a cada dia como se faz o teste ou vocês querem que se faça em gente também.
Curiosidade, protegendo ratos de laboratório, ninguém se lembra das vidas de milhares de vacas e bois, a cada dia sendo abatidos por vendas de carne em supermercados. E os seus cérebros estão totalmente desenvolvidos para entender quando eles serão sofrer. Vamos proteger galinhas, peixes, e esquecer o fato de que o tubarão vai comer com prazer uma pessoa.
Um bando de cães (e ratos) selvagens pode morder e ate arrancar uma pessoa ou uma criança que ficou no caminho deles. Há alguns fatos. É necessário para controlar os seus números nas ruas, ou tornarem-se portadores da infecção.
Como os transplantes de órgãos foram realizados? No início, eles eram animais de grande porte. Como os cirurgiões estudaram costurar as veias? Realizar a cirurgia no cérebro? Aprendendo com a cultura de células?
Isso porque os médicos que não têm a experiência introduziram um medicamento muito rápido para meu marido, apesar de seu pedido não injetar deste medicamento porque sabia que pode dar alergia. Ele teve um choque anafilático.
Em seguida, introduziram 17 litros de solução salina (peso 58 kg, o volume do sangue 5 litros), os rins não estavam funcionando, o que aconteceu com a solução – romperam todas as veias e vasos sanguíneos, e corpo encheu com salina. Recebi o corpo cheio de água… Isso os médicos modernos jovens; eles não têm experiência – só teoria, todos os procedimentos feitos por enfermeiros que fazem automaticamente que medicas mandem. Se eles tivesse possibilidade ver no depto de fisiologia o efeito do excesso da solução salina no coelho: poderia saber que sal e água também matam. Esta praticando nos pacientes…
Olá Vivane!
Muito bom o seu texto. Extremamente ilustrativo e muito bem estruturado. É uma pena que muitas pessoas nos comentários substituam a razão pela paixão. Pra mim é realmente assustador ver como mesmo estudantes de veterinária possam ter uma visão tão distorcida a respeito do funcionamento da ciência moderna. Quando lemos um livro sobre fisiologia ou anatomia na universidade, não estamos fazendo ciência, mas sim usando o resultado de pesquisas anteriores. Aquilo que lemos e podemos aplicar diretamente é o resultado de anos e anos de pesquisas, muitas delas validadas com o auxílio de testes em animais. Muita gente esquece disso porque a informação dos livros está lá estática ao nosso dispor. Mas a ciência não se baseia nos livros. Essa informação nós já temos. A ciência tem que olhar pra frente e escrever os próximos livros.
Também é assustadora a informação errônea de pessoas que não são da área. Por exemplo: todo cientista sabe que cada indivíduo é único. Isso é indiscutível. Mas também todo cientista sabe que espécies (principalmente dentro de um mesmo reino) têm muita coisa em comum. Os metabolismos de animais de espécies diferentes podem não ser exatamente iguais, mas muitas vias metabólicas são extremamente semelhantes. Principalmente no que diz respeito às funções vitais. Os testes com animais podem sim detectar problemas que outros exames de laboratório (como em cultura de células, por exemplo) não detectariam. E isso salva anualmente muitas vidas humanas. Apelar pela individualidade do organismo não justifica por milhares de vidas humanas em risco. Se a individualidade fosse um problema, teríamos que financiar uma pesquisa particular para o nosso corpo toda vez que fôssemos à farmácia, uma vez que cada corpo é único. Isso é insano.
Eu acho muito fácil gritar pela liberdade dos animais e pela submissão perante a grandiosidade do cosmo enquanto estamos com saúde. A grande verdade é que, na hora da dor e do sofrimento, ninguém se pergunta se a anestesia foi testada em animais ou não. Se o remédio que cura um pai com câncer foi testado em cachorro. Se o comprimido foi testado em coelhos. Quando a coisa aperta mesmo, damos gracas a Deus que alguém como você, Viviane, continue as suas pesquisas, mesmo com o desconforto de ter que experimentar em animais.
Quem cita os trabalhos de Fleming como modelo de pesquisas farmacêutica ignora grande parte da história da ciência. Fleming teve muita sorte! Muitos outros não tiveram. A primeira tentativa de tratamento genético matou o paciente por choque anafilático. Isso poderia ter sido evitado com testes em animais. E há muito mais casos de morte em decorrência de tratamentos não testados em animais do que de sucesso (no mesmo contexto). É ilusão achar que qualquer medicamento possa ser usado diretamente em ser humano porque bicho é bicho e gente é outra coisa. É uma raciocínio quase infantil de tão simplista. E usar pessoas desesperadas num leito de morte como cobaias humanas é uma idéia digna da Alemanha de Hitler. Isso é de uma crueldade criminal. É cego! É argumento de jardim da infância.
Por isso fiz questão de escrever para parabenizá-la pelo texto e para implorar que as pessoas se informem sobre testes em animais antes de saírem destruindo o trabalho de cientistas sérios, competentes, dedicados e responsáveis.
Olá Ana,
Estou escrevendo para agradecer pelo seu trabalho, tão bem feito e esclarecedor. Ao mesmo tempo, deu oportunidade para excelentes complementações dadas por outros, muito obrigada. Agradeço até por estar ciente deste grande número de pessoas com informações e interpretações completamente erradas; é bom conhecer, apesar de tudo!
Abraço, Vânia
Já parabenizei a autora do Blog uma vez mas por distração, escrevi o nome errado. São tantos os comentários completamente absurdos que vem chegando e ás vezes tão hipócritas, que senti-me na obrigação de parabenizar você VIVIANE, mais uma vez, pelo discernimento e agora também pela coragem. Abraço, Vânia
Texto ótimo, muito elucidativo e claro. Explica bem a questão pelo ponto de vista científico. O ponto só que coloco é a real vontade, do meio científico, em melhorar e evoluir os testes, para que cheguemos ao ponto de não precisar usar animais, principalmente os animais domésticos. A reação dos ativistas é contra os maus tratos, o uso sem controle e sem cuidado dos bichos. É um olhar humano, emocional e contra injustiças. Dizer que NENHUM projeto é executado sem a autorização do concea… desculpe… não acredito na fiscalização precisa e correta, bem como o controle rígido brasileiro. Culturalmente não há a fiscalização corrente e nem o cumprimento das regras. O instituto royal foi o estopim para que toda essa situação seja revisada, nossas leis possam evoluir e melhorar cientificamente. Por mais defensora dos animais que seja, concordo que algumas situações precisam ser olhadas com mais cautela, como testes para medicamentos, por exemplo, mas há muitas outras que já poderiam ter evoluido e muito no Brasil.
imagine se um preso que foi condenado erroneamente acaba com um final desses, seria certo?
EXATAMENTE.
Não consigo entender porque a escritora se choca ao receber a hipótese de testar em presos! Pelo visto, ela nunca foi assaltada, não ficou na mira de uma arma,… Em um assalto, os bandidos não querem saber quem é vc, eles tem NADA a perder! Reflita…….
SE vc tivesse lido direito, teria visto que até mesmo tecnicamente é inviável. Ah e eu tb me choco e já fui assaltado sete vezes, a primeira vez com 12 anos de idade. Queria entender como se pode cobrar empatia com os outros seres, sem ter com os da nossa própria espécie.
Parabéns pelo texto!
Uma vez me disseram “nunca ler os comentários”, mas não me contenho…
E confesso que me acabo de dar risada com as coisas absurdas que as pessoas tem coragem de expor a público. Deveria ser proibido abrir a boca a respeito de assuntos os quais não se domina.
Espero que a hipocrisia e falso-moralismo (sim, falso!) fique só nas redes sociais para que essas pessoas exerçam sua insaciável vontade de parecer donos de uma bondade incontestável, mas que não afete a grande evolução que a ciência ainda nos reserva.
Abraços, e continue divulgando informação de qualidade!
ótimo texto, bem explicativo
Andressa, muito pelo contrário, é um texto de alguém que com certeza conhece do assunto. Ou é cientista ou é parente, amigo de algum. E se você é tão segura de si, por que não rebata os argumentos com argumentos seus? Não tem capacidade né???
Oi Paulo e Andressa!
Na opção “Sobre” (na margem preta superior) estão as informações sobre o blog e sobre quem escreve nele.
Abraço!
Pra mim é um texto tão fraco de alguem que não é especialista em nada. Deveria se ter um debate com pessoas realmente importantes e com cabeças que acreditam que existe mal tratos com animais e que se pode substituir assim como sabem da importância de animais na ciencia.
Este texto é um textinho de merda em um site…não sei nem porque estão comentando e compartilhando essa merda. Muita equivocada..mal escrita de alguem de defende seu ponto de vista. Precisa usar cachorro? é ridiculo e pronto..
Pode chamar seus especialistas para debater. Junto um grupo de meus colegas e a gente debate com base em dados e não fotos sem fonte na internet, listas fantasiosas de males que a experimentação animal traz, os teste alternativos que”todo mundo sabe que existem” mas ninguém mostra, falácias e mentiras sobre declarações de cientistas contra a experimentação animal, opiniões de especialistas que nunca fizeram pesquisa e se acham capazes de falar sobre pesquisa etc. Quero ver se sobra muito “argumento” se deixar isso tudo que citei de fora. Só uma pergunta Andressa, qual a sua especialidade? Tem doutorado em que área? Filosofia? Fisiologia? Pesquisa Clínica? Imunologia? Farmacologia? Zoologia? Sim, pq para afirmar que o texto é equivocado e uma merda, vc deve ser uma especialista.
Parabéns pela explicação. E parabéns também, aos que não concordam. O que seria de ciência sem a discordância de idéias, não é? É o que move a evolução!
A não não eles não sofrem..são usper bem tratados de acordo com o comite de ética. hahahahaha.. que ridiculo….Cancer é induzido nestes animais pra testar drogas..queimaduras de pele sua idiota!!! Quer falar fala , defende o uso de animais mas não apela assim. Fala direito por favor. Não venha me dizer que o comite de ética salva tudo..aff.quem escreveu essa merda de texto?
Esse “radicalismo” de alguns defensores de animais é pura hipocrisia, incoerência ou no mínimo uma capacidade de reflexão muito limitada. Meu “amigo”, minha “amiga”, o simples fato de você estar vivo(a) já está MATANDO uma infinidade de animais e outros seres vivos, bonitinhos, fofinhos ou não (ou será que só os bonitinhos merecem viver?). Por exemplo, para gerar a energia elétrica que você está usando neste momento enquanto lê esse comentário, milhares de animais, plantas, fungos, etc. foram mortos, seja alagados pela represa de uma hidrelétrica ou por uma outra forma de destruição. A matéria prima utilizada para a fabricação do seu computador/celular/tablet foi extraída da terra, hábitats foram e estão sendo destruídos para isso, constantemente e cada vez mais, para que você possa trocar de celular todo ano porque o novo modelo tem um recurso inútil, mas você acha legal, ou simplesmente porque é mais “bonitinho”. E o mesmo acontece com tudo o que você usa ou consome (exceto o ar que você respira ou a água que você bebe diretamente da fonte). Ao contrário do que o colega disse acima, até mesmo os vegetarianos radicais são responsáveis direta ou indiretamente pela morte de animais, porque praticamente qualquer produto que ele utiliza passou por um processo de industrialização e hábitats foram destruídos para isso.
Eu também defendo o direito dos animais, mas tenho plena consciência de que a minha existência, por mais simples que possa ser, já é por si só responsável pela morte de uma infinidade de seres vivos. Assim, considero que atos como esse do episódio dos beagles do Instituto Royal constituem crime e seus responsáveis devem sim ser punidos legalmente (e exemplarmente).
Tenho certeza que muitos desses ditos “defensores” de animais não abrem mão dos avanços da medicina quando necessitam e nem de todo o conforto que a vida moderna (destruídora de muitos seres vivos) lhe proporciona. Ou seja, pura hipocrisia!
Quer uma maneira sábia e eficaz para proteger os animais? Pare de consumir desnecessariamente, pare de se reproduzir (esterilize-se) e promova campanhas pelo controle da natalidade, ao invés de destruir laboratórios e apedrejar cientistas que ajudam a te manter vivo e aqueles que você ama (até mesmo os seus PETs).
Viviane, meus parabéns pelo texto. Tenho certeza que esclarece o tema para muitas pessoas. Para aqueles que ainda assim não compreendem, paciência… “O pior cego é aquele que não quer ver.”
hahahaha..agora que vi. Ela exclui todos os comentarios contra ela. e só deixa os a favor dela. Que coitada meu deus!!!! Se exclui é porque sofreu um baque com o que comentaram…pobre coitada!!!1
Muito obrigado pelo texto, tenho certeza que muita gente passa a entender melhor como funcionam as coisas e porque elas são feitas desta forma. No entanto, como já comentei entre amigos, eu acho muito importante a ação dos ativistas por um simples motivo: levantar a questão. Enquanto for necessário e não houver outros meios, pelo nosso próprio bem, eu vou apoiar que se teste em animais (desde que com o devido respeito que qualquer ser vivo merece), mas há de se questionar o porquê de uma civilização como a nossa conseguir desbravar o universo e não conseguir encontrar uma alternativa para os testes em animais. Todos nós sabemos que só se consegue avanço científico quando houver investimento pesado e só há investimento pesado em algo que possa trazer lucro depois. Se a lógica continuar sendo esta, continuaremos por muitos e muitos anos testando em animais. Eu acho que é esta a questão a ser discutida: o que está sendo feito HOJE para que se reduza efetivamente o uso de animais em qualquer tipo de pesquisa? A partir do momento que se aceita como normal ou como “mal necessário”, pouco ou nada será feito para que a realidade tome outros rumos.
Acho que qualquer pessoa com o mínimo de esclarecimento entende a necessidade do uso dos animais por um bem maior, mas a discussão não deve terminar em um simples “devemos ou não devemos usar animais?”, mas sim “o que podemos fazer para que cheguemos ao ponto de não utilizá-los mais? Quais investimentos estão sendo feitos neste sentido? O quanto podemos melhorar?”. Enfim, acho que a discussão está muito polarizada nos extremos, como se a solução fosse usar animais eternamente ou não usá-los de forma alguma, quando o momento seria justamente o de encontrar uma solução prática para a questão.
Aposto que todas aquelas pessoas que se dizem defensoras dos animais são obrigatoriamente vegetarianas. Afinal de contas, matar num frigorífico pode, agora testar em animais em laboratório com controle não, é crueldade!! Deixar as luzes acesas 24hs por dia nas granjas, fazer os coitados comerem ração com cada vez mais hormônios para aumentar a produção e diminuir o tempo de engorda só para a dondoca comer um peitinho de frango grelhado (assim não engorda), aí pode?! Gente, vamos parar de hipocrisia. Quero ver lutar com todo esse afinco, essa gana, para exigir dos políticos melhorias na saúde e na educação. Tratar seres humanos como lixo nos hospitais públicos, deixando-os em macas nos corredores, no chão, aí pode, né?! Fazer crianças estudarem em escolas que não possuem o mínimo de dignidade, não tem merenda, não tem carteira nem estrutura suficiente, aí pode né?! Que tal usar toda essa energia, toda essa fúria em algo que realmente possa mudar a estrutura e a vida das pessoas nesse país?! Acho que aí pode!
Perfeito o comentário do Eduardo Nobilioni…vivemos numa sociedade materialista e egoísta onde o poder vigente acredita que podemos destruir a natureza e as demais espécies em função de nossos interesses…não se esqueçam que há tempos atrás usávamos negros como escravos porquê nossos cientistas alegavam que eles não eram humanos… que Hitler e seus cientistas, utilizam judeus em experiências científicas porquê eram considerados uma raça inferior, também comprovado cientificamente naquela época. Tenham muito cuidado ao acreditar em tudo que diz a dita “ciência”, no geral ela serve aos interesses daqueles que nos manipulam.
Legal cara, mas infelizmente somos egoístas mesmo. Desde que nascemos nascemos todos egoístas. Nada mais normal que sempre tentar sobreviver com inovações e tecnologias que são obtidas através de testes utilizando outros seres vivos no lugar de humanos, pois é necessário. Se existisse outro método, lógico que optariam por ele.
E se dermos um passo atras e considerarmos que nós humanos não somos servidos por tudo que existe nesse planeta e que não temos o direito de usar esses animais apenas porque é a melhor solução para nós. Afinal somos todos animais.
Por esse ponto de vista qualquer argumento acima é egoísta. Não tem nenhuma argumento se colocando na pele de cada um desses animais. Um pouco de empatia pela vida dos seres que dividem o planeta conosco não faria mal algum.
Afinal as maiores crueldades e atrocidades cometidas no planeta são sem dúvida humanas.
Todo mundo discutindo a necessidade ou não do uso de animais nas pesquisas científicas, mas ninguém fala porquê se gasta milhões em pesquisas para criar remédios que podem ser conseguidos naturalmente sem o uso de pesquisas ditas “científicas”. Certamente os mal informados e manipulados pelo poder vigente, dirão que não existe cura nem remédios sem essas pesquisas…estes, ficariam surpresos com a quantidade de métodos naturais eficazes que existem mas não são divulgados…
Me cite um método natural, não alopático, para anestesiar um paciente numa mesa cirúrgica, por exemplo. Se vc citar a gente começa a discussão. Sem isso são conjecturas vazias, nada mais.
E quem disse que não temos empatia? Vc por acaso acha que somos todos psicopatas sanguinários em capacidade de sentir empatia? Acho que vc devia rever os seus conceitos. Todo ser faz o necessário para sobreviver, mesmo que isso sacrifique indivíduos de outras espécies. É assim em toda natureza e é assim que “os seres que dividem o planeta conosco” tb o fazem.
desculpem a minha ignorância mas ainda não entendi uma coisa, como ser testado especificamente um medicamento para determinada doença? vocês primeiro infecta a doença no animalzinho para depois tratar?
Exato.
Mimimi e mimimi! Ninguém aqui vai se candidatar a tomar uma ferroada na popa!
Uma dorzinha de cabeça e lá vão os hipócritas e salvadores até às farmácias!
Só não me venham dizer que fazem tudo isso pela ciência e não por dinheirinhos.
Diego, se fosse pelo dinheiro ninguém faria, pois ser pesquisador não deixa ninguém rico. Quem faz pelo dinheiro é o investidor, a empresa, não o pesquisador. O pesquisador faz sim pela ciência.
Se fosse por dinheiro a gente estava trabalhando em laboratórios de empresas multinacionais. A maioria, especialmente no Brasil, trabalha em instituições públicas. Ganhando mal, diga-se de passagem. Um perito da polícia federal, por exemplo, ganha umas quatro vezes mais que qualquer dos pesquisadores que conheço, em Universidades ou institutos de pesquisa. Antes de acusar assim, devia se informar.
Acho que em relação ao caso dos Beagles, o que chama mais a atenção são as muitas irregularidades encontradas na clínica, em todos os aspectos(técnicos, científicos, administrativos, éticos), além das condições cruéis em que os animais foram encontrados. No calor da luta houve declarações equivocadas de todas as direções e certamente faltou um esclarecimento público como o muito bem feito aqui. Não questiono a necessidades dos testes (em animais e em humanos), mas sim a maneira como estavam sendo conduzidos, em condições que não se aproximam das aqui apresentadas.
Ok, misturar ciência com com religião é a coisa mais incoerente que existe, religião se baseia em crenças e nada mais, ciência vem da razão. Fica dica.
Mesmo que se prove que o Royale era um “açougue”, ainda assim não é razão para alegar que a experimentação animal deve ser extinta para sempre e imediatamente. Tb há hospitais que são verdadeiros matadouros, e ninguém pede pra fechar todos, ou acabar com clínica médica como prática.
Só uma coisa a dizer, apesar de muitos cientistas serem ateus; se Jesus estivesse hoje entre nós, com certeza seria um dos ativistas a defender os animais que sofrem sendo alvos de experiências em laboratórios, porque foi ele mesmo quem baniu do mundo os sacrifícios feitos com animais, tidos como forma de pedir perdão a Deus pelos pecados. Aliás, tentem ler alguma vez na vida a Bíblia Sagrada e verão que não há, em nenhum lugar, nada que diz que os homens são superiores aos outros seres criados por Deus e nem que os animais devem ser submetidos à vontade e egoísmo humanos para fins de avanço na ciência. Quem tem que morrer, vai morrer de qualquer forma, com doenças, assassinato, acidente ou de qualquer outro jeito. Cada um tem sua hora, mas quem desobedece ao mandamento “não matarás” e ainda acredita estar certo em suas atitudes, infelizmente terá que acertar as contas com Deus e aí não há quem possa salvar sua alma.
Eu não sou ateu, por exemplo. A maioria dos colegas com quem trabalhei tb não são. Mas há grupos em que os agnósticos ou ateus predominam. Mas sou capaz de apostar que os ateus não são grande maioria entre os pesquisadores. Se forem mais numerosos, será por uma pequena margem. Acho que a maioria, no fundo, é agnóstico. Até pq, não há como provar ou negar a existência de um ser superior através da Ciência e do método científico. Não existe situação ou indivíduo que possa servir de controle, para ser comparado com um ser onipresente por definição. Logo, essa resposta não se alcançará pelo método científico que exige sempre algum tipo de controle nos experimentos. Basta estudar um pouco de método científico e parar para refletir, que se percebe essa impossibilidade.
Respire. Parabéns vc acaba de desrespeitar o “não matarás”. Há bactérias no ar, que serão mortas pelas células de defesa de seu organismo. Coma um salada. Parabéns, vc matou plantas para se alimentar, mandaste o “não matarás” para as cucuias. Que eu saiba, não está escrito “não matarás animais vertebrados” no mandamento, ou está?
Vc não deve te lido, ou entendido a Gênese. Leia de novo e veja se lá não há passagens que afirmam que somos superiores aos animais. Aliás, Só a afirmação de que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, excluindo os animais, em si já deixa claro essa visão.
EXCELENTE TEXTO!!! Esse blá blá blá de ativistas enche o saco! Sério…pelo amor de deus! É um mais ignorante que o outro, é a mesma porcaria repetida, não têm UM argumento com fundamento. Parecem fanáticos religiosos, xiitas cegos e hipócritas. Dá no saco, sinceramente. Cadê que ninguém faz esse movimento todo para acabarem com a pesca, pararem de matar frangos e bois para consumo humano? Comi uma fatia de bolo ontem e cometi um crime! Coitada da vaca que foi explorada para que eu pudesse ter o leite, a manteiga e o leite condensado…e a pobre da galinha, que teve seus ovos roubados? Daqueles ovos poderiam ter nascido pintinhos! Por que ninguém fez nada? E as cobras do Butantan? As coitadinhas são exploradas todos os dias só para que pessoas não MORRAM DE INFARTO, POR EXEMPLO! Esses ativistas deveriam passar a manhã num hospital público de tratamento contra o câncer, dizer para aquelas pessoas que lutam pela vida que não é justo os bichinhos serem sacrificados para salvá-las. Sinceramente…não faz mal capinar um lote de terra nem lavar uma trouxa de roupa…tem gente aqui que precisa MUITO disso.
“se Jesus estivesse hoje entre nós, com certeza seria um dos ativistas a defender os animais que sofrem sendo alvos de experiências em laboratórios, porque foi ele mesmo quem baniu do mundo os sacrifícios feitos com animais”
Sim, como bom vegetariano que Jesus foi, com toda certeza.
É cada uma…
Ainda assim, o fim não justifica o meio. Todos somos filhos desse planeta, porque somos mais importantes que nossos irmãos animais? Porque somos racionais? Será mesmo? Porque somos ” inteligentes”? Será?. Um dia seremos livres de crueldades, se todos pensassem desta forma com toda certeza não haveriam nem métodos alternativos hoje em dia. A ciência deve avançar, outros métodos substitutos devem ser descobertos, cientistas de bem o farão. Até o certo seria acabar com os massacres
Não é tão simples assim desenvolver testes alternativos. Simular um organismo inteiro está imensamente além de toda tecnologia que nós temos. Mas muito além mesmo. É como querer que desenvolvamos os teleporte ano que vem, qd o máximo que se conseguiu foi teleportar um fóton em um experimento bilionário. Acredite, já há muita gente boa trabalhando na busca desses métodos alternativos. Ao menos, vc é sensata e admite que não há esses testes e não fica repetindo, como outras pessoas, que há sem dizer quais. Parabéns pela coerência.
O que eu vejo aqui é ESPECISMO. Camuflar a realidade não resolve nada. Pode sim afirmar que os testes são necessários, são a alternativa mais viável até os dias de hoje e tudo mais. Mas dizer que os animais não sofrem, e essa palhaçada toda de conselho de ética não dá pra engolir. Até porque é super difícil mesmo conseguir um camundongo pra fazer testes. Me poupem dessa hipocrisia toda. Simpatizando ou não com os nossos colegas do reino animal, já se sabe há muito tempo que eles sofrem sim, formam laços com os familiares sim. E dizer que testar em animais é absolutamente normal já que os humanos são TÃO SUPERIORES é a maior babaquice que eu já ouvi. Sério, as vezes da vontade de nascer macaco, mas não de laboratório.
Nada te impede, Gabriela, de deixar o convívio humano e ir morar na floresta – e não em um laboratório – como um macaco…
Todo ser é especista, inclusive vc. Se vc estiver num incêndio e tiver que escolher entre salvar uma criança ou um cachorro, quem vc salvaria? Se a resposta é a criança vc é especista pq prefere os humanos, se é o cão vc é especista pq prefere o Canis familiaris. A não ser que vc jogue uma moeda e se der cara vai a criança, se der coroa vai o cão.
Se os cientistas se acham inteligentes o bastante para descobrir a cura da Aids, do câncer e até mesmo driblar a morte, dizer que não há alternativas, e que é inevitável o teste em animais é quase uma piada. É fácil testar em quem não pode se manifestar. . E tem mais, alguns documentos do instituto Royal comprovam que eles faziam testes banais nos cães, como deixa-los sem tomar sol por meses só pra ver o que acontecia. Pra que a ciência precisa disso? Até eu que estou no primeiro ano de Biologia (Sim, também serei uma cientista) conseguiria dar essa resposta sem precisar maltratar nem uma barata. A bioetica diz que os testes em animais só podem ser realizados quando o sofrimento desse animal é reduzido quase a zero. Agora espertinho, me responda, colar os dentes do cão faz parte de que experiência? Se esses cientistas não tinham o trabalho nem de limpar as baias de fezes como esse cão se alimentava com os dentes colados? Algum cientista parava sua vida pra dar papinha por uma seringa na boca desse cão? Os ativistas que o resgataram estão fazendo isso… Se realmente os testes em qualquer animal for a unica escolha que façam isso com respeito pela vida. Animal não é brinquedo, sente dor, sente fome e medo. Parem de ficar fazendo testes bestas que não dão em nada e descubram uma “alternativa” de parar os experimentos. Comecem a pensar no sofrimento alheio e não só em seus próprios umbigos.
Defina teste besta que não dá em nada, por favor. Não estamos defendendo instituto Royal, Imperial ou Republicano. Se estiver irregular que investiguem e punam. Se não, que se processe quem invadiu (aliás de qq forma é passível de processo, pq foi invasão e destruíram o lab todo e não só resgataram os cães). O Que se defende aqui é a necessidade, ainda, dos testes de uma maneira geral. Acha que não há esforço suficiente em buscar alternativas? Estude e faça vc mesma tias pesquisas, que tal? Ah , e por favor leia direito o texto, pq há reposta para seus argumentos lá.
E os testes para se encontrar curas de doenças em cães serão realizados em quem? humanos também? ou cães não adoecem?
Achei o texto excelente. Bem fundamentado e muito esclarecedor. Parabéns
PESSOAL, SINCERAMENTE, É FASCINANTE COMO VOCÊS SE POLARIZAM ENTRE UM EXTREMO E OUTRO, ENTRE O PERMITIDO E O PROIBIDO. FASCINANTE!!! SURGEM OS MAIS LINDOS DEPOIMENTOS E OPINIÕES, NUM VERDADEIRO EXERCÍCIO DE CONSCIÊNCIA E DEMOCRACIA !!! VIVA O SABER !!!
Viviane, já registrei minha admiração antes, mas não custa reforçar: parabéns pelo discernimento e, mais que tudo, pela CORAGEM de ainda tentar argumentar com um pouco de lógica e razão. O problema dos dias que correm é justamente este: a certeza precede ao raciocínio, ao pensar, ao argumento… Parece que tudo se divide entre o “certo” e o “errado”, sem nenhuma zona nebulosa, sem nenhuma nuance, como se a simples vontade de alguém se sobrepusesse ao bom senso e à realidade. A certeza vira bandeira, que se torna radicalismo, que só redunda em intransigência… Expor um ponto de vista calcado em fatos concretos e em ponderações simples, algumas vezes óbvias, se torna um caminho muito tortuoso. Não te invejo nem um pouco neste momento…
O texto estava bom, até eu ler as razões 2 e 5 do ”Por que não se testa em humanos em vez de outros animais?”, esse seu antropocentrismo me enoja.
Nós humanos (animais nada mais que dominantes) e nossas prepotências, porque não utilizemos seres de nossas espécies? Se queremos evoluções para nossa própria raça nada mais justo que sacrifiquemos nossa própria raça, mas compreendo a importância de inúmeras descobertas, porém discordo os alvos utilizados como cobaias.
Republicou isso em Viajando pelo tempo.
De longe, o melhor texto que já li sobre o assunto. Esclarecedor, preciso, educativo e no tom perfeito. Supera em muito o meu, por exemplo. Até pq eu escrevi em uma coluna de leitor, sem espaço para maiores explicações. Parabéns. Compartilharei e divulgarei. Aconselho aos ativistas que leiam e reflitam tb.
O que já deveria fazer qualquer um ser contra o teste em animais foi a frase “Você aceitaria tomar uma substância que pode te matar ou deixar você vegetativo em minutos? Uma substância que não se tem a menor noção dos efeitos e doses? Acho que não né”…
Pois é, se animais pudessem falar eles também diriam não… Obriga-los a se submeter a isso é no mínimo incoerente.. Uma vida é uma vida, e tem sim humanos que aceitariam participar de testes, basta serem remunerados… mas tester em animais é mais barato, já que não tem que pagar para ele ficar lá…. Alem disso, já foi provado que apenas algo entre 9% e 25% dos testes em animais refletem os mesmos resultados nos humanos…Ou seja, além de sacrificar os animais pensando se obter o melhor resultado, na verdade, ainda só será efetivo quando testado em humanos… E na boa, um cientista que quer descobrir a cura do câncer mas não consegue descobrir uma forma de simular o organismo vivo, não vai chegar em lugar algum… Já passou da hora de nos acharmos mais importantes que os outros animais, todas as vidas valem a pena…E sim, já parei de comer carne, e não uso cosméticos testados em animais. Quanto a remédios, só me utilizo da homeopatia.
Não foi convincente o suficiente pra mim, os bilhões de lucro que a indústria da doença gera é sem dúvida mais do que convincente.
A facilidade em manipular resultados de experimentos de acordo com os interesses, já que em cada animal o resultado é diferente tb é um fator que favorece a continuação dos experimentos em animais. Fora o fato da indústria farmacêutica se aproveitar a alienação da população que acredita na falsa segurança que os testes em animais causam, para se protegerem de um possível processo. Tb servem pra aprovar um novo medicamento, esses tantos que foram retirados do mercado depois de matarem, cegarem e gerarem diversos efeitos secundários graves em humanos, claro que são retirados do mercados depois de um bom lucro como o caso do Vioxx.
A vida do ser humano não vale mais do que a dos animais, tanto é verdade que se um dia os seres humanos forem extintos, não fará a menor falta ao planeta, muito pelo contrário, isso é uma prova de que somos insignificantes, dependentes e desnecessários para o planeta e por isso devemos no mínimo respeitar as formas de vida e viver em harmonia.
Qto a tão famosa descoberta do câncer, acho difícil isso acontecer, quantas descobertas promissoras que ninguém se interessa em financiar? Um exemplo aqui no Brasil é o óleo da copaíba que se mostrou eficiente contra vários tipos de câncer, mas não houve interesse por parte de nenhuma empresa. Por que será?
Será que é porque a cura do câncer significa milhares de clínicas de câncer fechadas no mundo inteiro? Será que o fato de bilhões de dolares deixarem de ser canalizados para os “donos da indústria do câncer” conta alguma coisa?
O que me diz sobre a denúncia do Prémio Nobel da Medicina Richard J. Roberts contra as indústrias farmacêuticas?
Mesmo que realmente fossem necessários os testes em animais, simplesmente não temos esse direito. Se as pessoas não são capazes de fazer sacrifícios como parar de fumar, ter hábitos alimentares melhores e se exercitarem para evitar doenças e salvar a própria vida, porque os animais são obrigados a serem sacrificados?
Com todo respeito, sua teoria não cola mais…